“A partir do momento em que a comunidade europeia começou a injetar dinheiro em Portugal, o país de forma ingrata voltou-nos as costas”

Sandra Caridade, candidata do CHEGA pelo círculo europeu

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Sandra Caridade
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Sandra Catarina Gomes Pereira de Aguiar Caridade tem 30 anos de idade, é natural de Vitorino dos Piães, concelho de Ponte de Lima, Viana do Castelo. É candidata pelo CHEGA a deputada à Assembleia da República pelo círculo eleitoral europeu.

Conversamos com esta candidata sobre a sua candidatura e ações previstas.

O que está a impulsionar a sua candidatura?

Uma forte vontade do partido CHEGA em que as populações sejam representadas pelos seus iguais, é por isso que me vieram convidar para tal cargo. Sou “Concierge” porteira, como milhares de outras emigrantes aqui em França, conheço bem a nossa comunidade, os nossos anseios e as nossas necessidades.


Como avalia o cenário político atual em Portugal?

Eu penso que a maioria dos portugueses baixaram os braços, já não acreditam em nada e em ninguém, daí o elevado número de abstencionistas, se somarmos os beneficiários do rendimento social de inserção, Do Fundo de desemprego, funcionários públicos e as suas famílias vamos ter sempre uma maioria à esquerda, mas essa maioria de esquerda irá para o poder por que a direita popular trabalhadora não vai votar, precisamente pela razão atrás dita, já não acreditam em nada, nem em ninguém, infelizmente os sucessivos governos depois do 25 de abril têm-nos vindo a tirar direitos e regalias; resumindo, não estou optimista.


Que políticas pensa serem necessárias para a comunidade portuguesa que reside fora de Portugal?

Aquilo que me agrada no partido CHEGA é a frontalidade com que o doutor André Ventura se assume como português católico, patriota e trabalhador, foram esses os valores que nos ensinaram pais e avós, são esses valores que tenciono transmitir aos meus dois filhos. A imigração comunga, quase toda, destes valores. É fundamental que nos sintamos ligados à nossa pátria pelo mesmo conjunto de valores. Estou inteiramente de acordo com as políticas que o partido pretende para a diáspora a saber: Um Ministério para a imigração; Igualdade, ou no mínimo uma maior proporcionalidade da nossa representação na Assembleia da República através do voto; Voto nas autárquicas para os imigrantes que têm a segunda residência em Portugal; Ensino do português e história aos nossos filhos, o português vai permitir-lhes maior facilidade no trabalho se um dia pretenderem voltar, a história (e a nossa é motivo de orgulho) vai ligá-los às suas raízes e fazê-los orgulhar-se da sua nacionalidade, das suas gentes, em suma do país a que pertencem; Uma justiça fiscal repondo a taxa de IRS que tínhamos antes do governo PSD de Durão Barroso em coligação com o CDS e que era Ministra das finanças a Manuela Ferreira Leite; Igualdade no pagamento do imposto de mais-valias, neste momento nós pagamos o dobro daquilo que pagam os residentes em território nacional, esta lei que para nós é um autêntico roubo, vem do governo do José Sócrates em que era ministro das finanças Teixeira dos Santos; Abertura de postos de atendimento em todas as cidades que haja mais de 30.000 habitantes portugueses, lojas do cidadão cujos funcionários serão recrutados na emigração e muitas outras situações que seria fastidioso eu estar aqui a enumerar.


Que dificuldades devem ser combatidas e que pontos merecem ser reforçados?

As dificuldades práticas que sentimos no dia a dia são principalmente as de ordem burocrática. Hoje, para ser atendido nos principais consulados, a espera é superior a seis meses, somos tratados abaixo de cão, muitas vezes temos de ir a Portugal para renovar um simples cartão de cidadão. Se deixarmos lá um carro, para quando lá vamos, de cada vez que saímos à rua temos a polícia à perna a multar-nos, tudo é feito para que não regressemos, mas o que acontece é que este país também é nosso.


Quais são os seus objetivos?

Cumprir o meu mandato lutando pelas ansiedades e direitos das minhas gentes emigradas.


Que temas mais lhe chamam a atenção?

De uma forma abrangente a falta de reconhecimento por uma população de 5 milhões de habitantes, que é aproximadamente o número dos que estamos cá fora e que já tantas vezes, no passado, salvamos o país da bancarrota. A partir do momento em que a comunidade europeia começou a injetar dinheiro em Portugal, o país de forma ingrata voltou-nos as costas, esta falta de reconhecimento entristece-nos e muito.


O que pode ser feito no sentido de se valorizar o trabalho consular português no estrangeiro?

Desde logo, autonomia para a emissão de documentos semelhante à de Lisboa, se em Lisboa consegue um cartão de cidadão em meia dúzia de horas por que não o mesmo aqui? Por que é que os consulados não estão abertos ao sábado? Por que é que não tem o número de funcionários proporcional ao da população que servem?

Qual a importância do movimento associativo português nos países de acolhimento?

O movimento associativo ajuda-nos a criar laços entre nós, a vivermos os nossos costumes e tradições, como seja o rancho folclórico, a gastronomia e muitas outras coisas, é por isso algo que nos ajuda muito.


O ensino da língua portuguesa deve sofrer alterações?

Aquilo que de facto é necessário é que ele seja acessível a um maior número de jovens e crianças.


Que linhas pretende seguir em relação às comunidades portuguesas caso seja eleita?

A linha preconizada pelo programa do partido com a qual estou inteiramente de acordo.

O que a comunidade portuguesa deve esperar das eleições de janeiro?

Se a comunidade portuguesa for novamente votar no Partido Socialista e no Partido Social Democrata pode contar com mais do mesmo, se queremos algo diferente não podemos votar da mesma maneira, espero que a comunidade se aperceba da oportunidade que o partido CHEGA lhe está a dar, porque pode não haver outra.   ∎

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