Crise de incêndios em Portugal e Espanha agrava estatísticas e motiva alerta diplomático brasileiro

Portugal e Espanha enfrentam uma vaga de incêndios sem precedentes este verão, com impacto humanitário e ambiental significativamente agravado, enquanto o Brasil reforça a vigilância consular e apela à resposta climática global

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Fumo proveniente dos incêndios florestais na região é visível na cidade da Covilhã, Interior de Portugal. Foto: Renan Santana/Agência Incomparáveis
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O governo brasileiro manifestou solidariedade aos países ibéricos atingidos pelos incêndios florestais em Portugal e Espanha, realçando a urgência da cooperação internacional e da ambição climática na cúpula COP30 que decorrerá em novembro em Belém. Os consulados-gerais do Brasil na Península mantêm-se disponíveis para prestar apoio aos cidadãos brasileiros em situação de emergência, com plantões ativos via WhatsApp em diversas cidades.

Os dados atuais revelam dimensões alarmantes da catástrofe que atinge os dois países. 

Em Portugal, o cenário agrava-se. A área queimada ascende a cerca de 216.200 hectares até meados de agosto, equivalendo a 2,35% do território nacional, um volume mais de quatro vezes superior à média histórica.

O primeiro-ministro descreve a situação como “uma guerra”, com cerca de 3.500 operacionais mobilizados para combater 37 focos ativos, dos quais seis são considerados de grande dimensão, destacando-se o incêndio de Trancoso. Em dois dias, só em Portugal, foram arrasados 64 mil hectares.

O país perdeu duas vidas ligadas às operações de combate ao fogo, um bombeiro da Covilhã, falecido num acidente rodoviário quando se dirigia para combater às chamas, e um ex-autarca que tentava combater o fogo.

O Governo português ativou o Mecanismo de Proteção Civil da UE e mobilizou quase quatro mil bombeiros em vários pontos do território, sobretudo em Arganil, Sátão e Trancoso, com reforço aéreo e terrestre.

Desde o início do ano, segundo o European Forest Fire Information System (EFFIS), o total queimado atinge 2.160 km², enquanto em Espanha a cifra ultrapassa os 3.430 km².

Em Espanha, trata-se do pior ano em três décadas em termos de área ardida, com cerca de 344.400 hectares destruídos até meados de agosto, mais de quádruplo da média entre 2006 e 2024. A situação tornou-se crítica entre 5 e 10 de agosto, quando a área queimada aumentou 3,5 vezes em apenas oito dias. As chamas soterraram mais de 160 mil hectares só em regiões como Castela e Leão, Galiza e Extremadura, destacando-se Ourense, onde 58.500 hectares foram devastados, o pior cenário registado este verão naquela província.

A escala dos incêndios levou à mobilização de cerca de dois mil soldados da Unidade Militar de Emergência espanhola, com reforços designados e apoios internacionais via Mecanismo de Proteção Civil da UE. O número de vítimas mortais chegou a quatro, incluindo um bombeiro; seis pessoas sofreram queimaduras graves, três delas em estado crítico. ■

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