No âmbito da IV Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE2025), organizada pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), que decorreu entre 11 e 12 de novembro na cidade da Praia, em Cabo Verde, o presidente do governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, propôs a criação de um Pacto Atlântico Ibero-Americano orientado para a administração conjunta dos recursos culturais e naturais.
“Os Açores têm não só o interesse, mas também o dever de participar ativamente neste desígnio coletivo”, afirmou Bolieiro, esperando que a conferência “inspire novas pontes de cooperação e reafirme o papel das nossas línguas como instrumentos de união e de futuro entre povos e continentes”.
O líder açoriano saudou também a realização do evento, com o objetivo de debater o papel das línguas portuguesa e espanhola no mundo contemporâneo, e sublinhou a importância da escolha de Cabo Verde como “exemplo vivo de diálogo e de interculturalidade”, lembrando os fortes laços que unem o país aos Açores, onde reside uma expressiva comunidade cabo-verdiana.
Depois de três edições realizadas em países da América Latina, a conferência, com mais de 70 especialistas de 12 países, chegou pela primeira vez ao continente africano, representando uma opção estratégica a escolha de Cabo Verde já que reforça os laços históricos, culturais e linguísticos entre os continentes.
Bolieiro destacou ainda o papel da Macaronésia, que integra os arquipélagos dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde, como “ponte natural entre continentes”, bem como realçou a posição singular dos Açores como a região europeia mais próxima das Américas.
A realização da CILPE deste ano coincidiu com dois marcos relevantes: os 75 anos de existência da OEI e o 50.º aniversário da independência de Cabo Verde, o que reforça o compromisso da conferência com a educação, os direitos humanos e a cooperação cultural e linguística entre os mundos lusófono e hispânico.
Entre as personalidades de destaque no CILPE2025 estiveram o Cardeal José Tolentino de Mendonça, o académico Darío Villanueva, membro da Real Academia Española, e o ex-Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, bem como vários investigadores e decisores políticos de toda a comunidade ibero-americana. ■
