
Os Açores, representados pelo secretário regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, aproveitaram a COP30 para apresentar os inovadores instrumentos de ação climática desenvolvidos pela região para reforçar a sua resiliência e capacidade de adaptação climática.
Alonso Miguel começou por destacar o Roteiro para a Neutralidade Carbónica dos Açores e o Projeto Life IP Climaz, “um instrumento fundamental para a implementação do Programa Regional para as Alterações Climáticas dos Açores”.
O membro do executivo açoriano referiu também a Agenda para a Economia Circular Regional bem como outros projetos inovadores, tais como o Implacost e Planclimac2, desenvolvidos no âmbito do Programa INTERREG MAC.
“É muito relevante que os Açores estejam representados na COP 30, desde logo, porque nos permite dar visibilidade internacional ao trabalho que tem sido realizado em matéria de ação climática nos Açores, uma região que é um autêntico laboratório para a implementação de soluções inovadoras, que podem ser replicadas em outros territórios com desafios semelhantes”, sublinhou o governante.
“Mas, sobretudo, esta participação é importante porque nos dá uma oportunidade única de estar no centro das discussões, na presença de líderes, cientistas e especialistas, com os quais podemos aprender, bem como de estabelecer parcerias e ter contacto com soluções em implementação um pouco por todo o mundo, e com as respetivas fontes de financiamento, que, com as devidas adaptações, podem ser implementadas na região”, acrescentou.
Embora sejam mais vítimas das alterações climáticas do que responsáveis pelo fenómeno, sendo residual o seu contributo para as emissões globais de gases com efeito de estufa e para o aquecimento do planeta, esta questão não significa que os Açores não possam ser “severamente afetados pelos efeitos das alterações climáticas”.
“Aliás, os Açores têm vindo a ser afetados cada vez com maior frequência e intensidade por fenómenos meteorológicos extremos, que colocam em causa a segurança de pessoas e bens e que provocam enormes prejuízos materiais e financeiros, para além de outras ameaças, como a subida do nível da água do mar, a erosão costeira, a intrusão salina nos aquíferos, a perda de biodiversidade marinha e terrestre ou a acidificação dos oceanos, que impactam diretamente setores estratégicos para o desenvolvimento social e económico dos Açores, como a agricultura, as pescas ou o turismo”, asseverou.
Neste sentido, o responsável açoriano frisou que importa contribuir, de forma solidária, responsável e global, para a mitigação das alterações climáticas, mas, sobretudo, importa definir estratégias e medidas concretas para garantir uma adequada adaptação da região aos efeitos deste fenómeno e a esta nova realidade.
O secretário regional salientou ainda que participou numa sessão sobre a importância das áreas marinhas protegidas para as estratégias de planeamento e sustentabilidade dos oceanos, onde destacou “a importância da criação da Rede de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores, a maior rede de áreas marinhas protegidas do Atlântico Norte, que protege 30% do mar dos Açores”.
“Se não forem alcançados acordos firmes, que façam verdadeiramente a diferença para acelerar a transição energética e ecológica, não será possível dar cumprimento ao Acordo de Paris e mitigar os efeitos do aquecimento global, sendo que as regiões mais impactadas serão as mais vulneráveis, como acontece com os Açores”, concluiu. ■




