Nos últimos anos, a inteligência artificial, criptoeconomia e transformação digital deixaram de ser temas futuristas para se tornarem infraestruturas básicas de competitividade global.
Enquanto os EUA avançam pela via do mercado e a Ásia pela via estatal, a União Europeia escolheu um caminho único: liderar através da regulação estratégica.
AI Act, MiCA e o ecossistema GDPR criam um quadro claro: a Europa quer ser o centro global da confiança digital.
Para investidores e empresas estrangeiras, particularmente do Brasil e mercados emergentes, essa estratégia representa risco para quem ignora e oportunidade para quem compreende.
Por que investir na Europa agora?
A pergunta certa não é “devo ir para a Europa?”, mas:
Qual será o custo competitivo de não estar alinhado à maior jurisdição regulatória do mundo?
A vantagem de operar sob padrões europeus inclui:
✔️ Acesso a capital europeu e programas de inovação
✔️ Ambiente legal previsível e orientado à segurança jurídica
✔️ Credibilidade internacional imediata
✔️ Proteção de dados e estrutura regulatória madura
✔️ Mercado comum de 450 milhões de consumidores
✔️ Base estratégica para expansão global
Portugal: Porta de entrada + polo de inovação
Portugal se consolida como um dos ecossistemas mais interessantes para investidores internacionais especialmente os que pretendem conectar Europa, América Latina e África.
Motivos estratégicos:
O segredo menos conhecido: oportunidades no Centro de Portugal
Embora Lisboa e Porto atraiam holofotes, a região Centro emergem como o ecossistema mais estratégico para startups e inovação de base tecnológica.
Como membro do Conselho Executivo da Câmara de Comércio das Beiras, tenho acompanhado de perto a transformação do território. Os fatores competitivos são claros:
Vantagens competitivas das Beiras e do Centro
A região está particularmente bem posicionada em setores como:
- Tecnologias verdes e energias renováveis
- Indústria 4.0
- IA aplicada e automação
- Saúde e biotecnologia
- Agroindústria e food-tech
- Turismo de experiência premium
Investidores atentos já perceberam: a próxima vaga de inovação portuguesa poderá nascer fora dos grandes centros urbanos.
Portugal + Brasil: um corredor estratégico de negócios
Empresas brasileiras encontram em Portugal:
✅ Segurança jurídica
✅ Estabilidade regulatória
✅ Proximidade cultural
✅ Livre acesso ao mercado europeu
Ao passo que investidores portugueses ganham porta direta para o maior mercado da América Latina.
Conclusão
A nova economia global será guiada por três pilares:
- Tecnologia
- Regulação
- Posicionamento geoeconómico
Estar na Europa — e compreender as oportunidades além das capitais óbvias — não é apenas uma escolha de expansão, mas uma estratégia de futuro.
A inovação do amanhã depende de quem entende o mundo que está a
ser regulado hoje. ■
Luíz Fernandes
Advogado especialista em direito digital e desenvolvimento de negócios
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