“O Paraguai é a nova fronteira estratégica da América do Sul”, afirma Jonathan Roger Linzmeyer

Para o empresário e especialista em internacionalização Jonathan Roger Linzmeyer, a migração acelerada de brasileiros e de empresas brasileiras para o Paraguai tem revelado uma mudança profunda no mapa económico da região

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O empresário Linzmeyer tem acompanhado no terreno a chegada de muitos brasileiros ao país. Foto: divulgação
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Jonathan Roger Linzmeyer, diretor de Relações Internacionais da Fundação Empreender e mentor de internacionalização do Grupo Linz, destaca que o Paraguai deixou de ser destino de compras para se afirmar como hub logístico e fiscal da América do Sul, impulsionado por crescimento económico, ambiente regulatório estável e integração cultural.

Enquanto o Brasil debate reformas e enfrenta um cenário marcado por incertezas regulatórias, o Paraguai consolida-se como nova rota estratégica para negócios e internacionalização, o que já levou mais de 250 mil brasileiros a instalarem-se no país vizinho e, só em 2024, mais de 17 mil brasileiros receberam residência, representando mais de 60% de todos os novos imigrantes no Paraguai.

De igual modo, empresas de diversos setores seguem o mesmo movimento, atraídas por custos mais baixos, ambiente regulatório estável e políticas fiscais consideradas mais competitivas que as brasileiras.

Segundo o especialista, o Grupo Linz consolidou ao longo dos anos uma rede de parcerias e conhecimento local que reduz riscos e acelera processos para as empresas brasileiras investirem no território.

Só em 2024, 370 novas empresas instalaram-se no Paraguai, um aumento de 130% em relação ao ano anterior, beneficiando do sistema tributário “10-10-10” – 10% de IVA, 10% de imposto de renda e 10% de imposto sobre dividendos -, bem como de uma carga tributária sobre o PIB de 14% (34% no Brasil) e do Regime Maquila, que aplica 1% de imposto sobre o valor agregado para produtos destinados à exportação.

O empresário dá como exemplo desta migração empresarial o caso da Lupo, que anunciou um investimento de R$ 30 milhões numa nova fábrica em território paraguaio, projetando uma redução de custos de até 28%. 

Linzmeyer sublinha ainda que a integração cultural é outro dos fatores decisivos para o êxito empresarial no país: “Mais de 40% do sucesso das empresas no Paraguai vem de entender a cultura paraguaia. Não é somente usufruir, é sim, viver o Paraguai”, referiu.

Outro fator estratégico será a Rota Bioceânica, um corredor rodoviário de cerca de 2.400 km que, com conclusão prevista para 2026, ligará os oceanos Atlântico e Pacífico e reduzirá em até 17 dias o tempo de transporte de mercadorias para a Ásia, diminuindo em 30% os custos de frete e reforçando a posição do país como hub logístico do Mercosul.

A par do mercado externo, Linzmeyer também destaca o dinamismo do mercado interno paraguaio: em 2024, o PIB cresceu 4,25%, o investimento direto estrangeiro subiu 12%, o setor imobiliário teve uma valorização de 8% e a classe média está em expansão.

Além disso, figuras públicas, como o apresentador Carlos Massa (Ratinho), já anunciaram residência permanente no país, citando a facilidade para empreender.

Para Linzmeyer, o cenário é inequívoco: “O Paraguai de 2025 não é promessa, é realidade”, concluiu. E, diante dessa transformação, o especialista afirma que o desafio agora passa por combinar oportunidade e estratégia, já que, diz, o país oferece condições únicas, mas o sucesso de quem cruza a fronteira depende de “assessoria qualificada, integração cultural e visão de longo prazo”. ■

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