A língua portuguesa é falada por mais de 260 milhões de pessoas em quatro continentes, é um património vivo, um veículo de pensamento e identidade. No dia 5 de maio (dia do meu aniversário), celebramos a sua riqueza e o seu papel como uma das grandes línguas de cultura do mundo.
O português não é apenas a língua de Camões e Pessoa, de Machado de Assis, de Mia Couto e Lobo Antunes – é também a língua do samba, do fado, da literatura oral africana, da poesia popular brasileira, das crónicas asiáticas de Goa e Macau. Cada variante do português carrega consigo uma visão diferenciada do mundo, mas com um traço de união.
Para além do seu carácter histórico, hoje, o português é a língua de uma lusofonia cultural vibrante e de economias emergentes, o que oferece uma janela de futuro às novas gerações, e aos emigrantes de segunda e terceira geração, que podem olhar para o português não apenas com saudosismo familiar, mas como uma ferramenta de crescimento. É uma casa comum, onde moram milhões de vozes, de diferentes sotaques, mas que crescem para o mundo a través de palavras, de uma língua rica, e de pensamentos de uma mesma matriz. Vamos desperdiçar esta riqueza? ■
João Morgado
Escritor