A transformação impulsionada pela IA deixou de ser uma hipótese futura. Está acontecendo agora, em todas as esferas do mercado de trabalho. Segundo o relatório The Future of Jobs 2025 do Fórum Econômico Mundial, cerca de 44% das habilidades consideradas essenciais no trabalho atual terão mudado nos próximos dois anos. A automação já começa a ocupar tarefas repetitivas e cognitivas de média complexidade, ampliando a exigência por competências humanas avançadas, como pensamento crítico, criatividade e adaptabilidade.
Tenho observado que o ciclo de substituição e requalificação está acelerando — e não apenas nos setores industriais. Escritórios jurídicos, departamentos financeiros, consultorias e até governos começam a integrar ferramentas baseadas em IA generativa, como copilotos e sistemas autônomos de decisão. O que está em jogo não é apenas a empregabilidade individual, mas a relevância estratégica de equipes inteiras. Acredito que estamos diante de uma transição em três atos: primeiro, a IA como apoio à produtividade; depois, como filtro e curadoria de decisões; e, por fim, como substituta parcial de profissionais mal preparados para atuar com inteligência artificial.
Nesse novo cenário, o perfil profissional exigido será profundamente híbrido. O conhecimento técnico continuará relevante, mas deixará de ser diferencial. Ganha força o chamado “alfabetismo em IA”: entender os limites e potencialidades dessas ferramentas, saber dialogar com modelos generativos e, principalmente, usar senso crítico diante das respostas automatizadas. Vejo essa tendência como uma exigência crescente por profissionais que saibam aliar discernimento humano e eficiência algorítmica. A formação contínua, com foco em habilidades socioemocionais e tecnológicas, passa a ser não apenas recomendável, mas obrigatória para manter vantagem competitiva.
E agora?
A qualificação não é mais uma fase da vida profissional: é um processo permanente. A IA não vai apenas eliminar empregos, mas reinventar funções, redefinir o valor das competências e desafiar a ideia tradicional de carreira. A pergunta que se impõe é: estamos formando profissionais capazes de cooperar com máquinas inteligentes ou apenas tentando protegê-los da mudança inevitável?
IA DE IMPACTO: LinkedIn Learning com IA
O LinkedIn Learning, já consolidado como uma das maiores plataformas de aprendizagem corporativa, incorporou recentemente funcionalidades baseadas em inteligência artificial para oferecer recomendações personalizadas de cursos, trajetórias de aprendizado e desenvolvimento de competências.
Na prática, isso significa que a plataforma agora cruza dados do seu perfil, histórico profissional e objetivos de carreira com tendências de mercado e habilidades emergentes para sugerir conteúdos relevantes. Para quem deseja se preparar para o futuro do trabalho, é uma vantagem significativa: a IA ajuda a direcionar o aprendizado certo, no momento certo.
Para começar, basta aceder a plataforma com seu login do LinkedIn, explorar a aba de “Skills” e permitir que o sistema analise seu perfil. A partir disso, ele indicará trilhas de aprendizagem sob medida, inclusive com cursos voltados para IA generativa, análise de dados, liderança digital e muito mais.
Minha dica: use a funcionalidade “Skill Assessments” para testar seu nível nas competências desejadas. Isso não apenas melhora a recomendação de cursos como também fortalece sua visibilidade profissional no próprio LinkedIn. Outra sugestão é acompanhar as “Learning Paths” sugeridas, que organizam o conteúdo em etapas com começo, meio e fim.
No cenário atual, investir em qualificação contínua com apoio de IA não é luxo, é estratégia. O LinkedIn Learning oferece uma ponte concreta entre a realidade do trabalho atual e as exigências do mercado que vem aí. ■
André Aguiar
Especialista em Marketing, Escritor, Professor, Palestrante e Referência em Inteligência Artificial Aplicada aos Negócios; Licenciatura em Matemática, MBA em Marketing Digital e Analista de Sistemas
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