“A Constituição exige que o Estado assegure que as crianças dos emigrantes possam aprender a língua e a cultura portuguesas”, recordou Nelson Correia

Eleições Legislativas 2025 – Portugal – Entrevista ao cabeça de lista do PAN pelo círculo de Fora da Europa

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Nelson Correia, executivos nos EUA
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Nelson Correia Abreu tem 43 anos de idade e é natural de Lisboa, Portugal. É Bacharelado em Engenharia Electrotécnica com Mestrado em Estratégia e Inovação, Membro da Ordem de Engenheiros da Califórnia, atua com controlo, proteção, cibersegurança de Estações e Redes Eléctricas. É ainda um dos executivos de umas das maiores empresas públicas de água e luz nos EUA.

Candidata-se pelo PAN à Assembleia da República como cabeça de lista pela emigração pelo círculo de Fora da Europa.

Em entrevista à nossa reportagem, este candidato falou sobre as ações que tem em mente, caso seja eleito.

O que está a impulsionar a sua candidatura?

A minha candidatura é impulsionada pela diferença que o PAN traz ao Parlamento em várias áreas. Este é o caso da crise climática e da preservação dos nossos recursos naturais e da proteção da natureza e pela ideia de que a nossa alienação da natureza está na raiz de muitos males contemporâneos. Quem sente a presença de uma floresta, quem acolhe um animal na sua família, quem ama o próximo compreende: todos os Seres estão interligados, logo temos de ter uma perspetiva holística sobre a nossa Casa Comum. Preocupamo-nos com o bem-estar e a dignidade de todos: uma Terra, uma só Saúde, como defende a Organização das Nações Unidas.

Que políticas são necessárias para a comunidade portuguesa emigrada? 

É essencial ter mais pessoal nos consulados, mais permanências e escritórios consulares, e conselheiros, para atendimento pessoal ou à distância. Os cidadãos portugueses devem ter maior apoio aos seus projetos empresariais, artísticos e culturais e networking entre si; ligar pessoas e recursos no estrangeiro e em Portugal para benefício mútuo, bem como, apoiar as associações e meios de comunicação da diáspora, que promovem a cultura e a marca Portugal.

Que linhas pretende seguir em relação às comunidades portuguesas caso seja eleito? E quais são os seus objetivos centrais?

Os consulados necessitam de mais recursos. Falta um sistema online para atualizar o endereço e descarregar o boletim de voto, para evitar atrasos postais e para a votação electrónica em mobilidade com comprovativo. Para cerca de 2 milhões de cidadãos no estrangeiro, não bastam 4 representantes. A CGD tem de servir o emigrante que tem dificuldades com número de telemóvel estrangeiro. Um único círculo de emigração e um círculo de compensação global resultariam em menos votos “desperdiçados”.

O que pode ser feito no sentido de se valorizar o trabalho consular português no estrangeiro?

Começa com salários melhores, condições e benefícios para estas profissões, bem como progressão na carreira com bons incentivos para oportunidades de mobilidade. Depois, há uma estratégia de comunicação com campanhas de sensibilização nas faculdades, escolas secundárias e nas redes sociais, incluindo entrevistas com trabalhadores consulares atuais e antigos. Claro, com uma rede consular mais ampla, melhoram os serviços, mas também as condições de trabalho.

Qual a importância do movimento associativo português nos países de acolhimento?

Para emigrantes como eu, ajudam-nos a sentir bem-vindos, a criar redes de apoio e a combater o isolamento e a dor que só nos conhecemos. São canais de comunicação que apoiam a diplomacia consular, fontes de informações sobre trabalho, habitação, saúde, educação, segurança e, claro, encontros culturais. Promovem a cultura e a língua junto das segundas e terceiras gerações e são diplomacias informais que promovem a marca e o turismo de Portugal, podendo apoiar o regresso ou o investimento em Portugal. Por isso, as casas de Portugal e os media em língua portuguesa merecem apoio.

O ensino da língua portuguesa deve sofrer alterações?

A Constituição exige que o Estado assegure que as crianças dos emigrantes possam aprender a língua e a cultura portuguesas. Precisamos de trabalhar com os governos locais e universidades para integrar o ensino do português nos currículos onde existem grandes comunidades portuguesas, além de integrar permanências consulares e associações. O Estado deve financiar cursos em plataformas digitais o uso de ferramentas on-line comprovadas e diversas, e formação de professores para ensino à distância. Apoiar a música, a literatura, o cinema e a TV Portugueses ajudam a promover a língua, em geral.

O que a comunidade portuguesa deve esperar das próximas eleições legislativas?

Os eleitores devem exigir que as promessas de campanha sejam cumpridas, votando em partidos como o PAN que realmente fazem a diferença. Nos últimos anos, com entre 1 e 4 deputados, o PAN tem estado entre os partidos que apresentam mais propostas, em benefício das pessoas (jovens, famílias, mulheres, idosos), das pequenas e médias empresas e dos seus trabalhadores, dos direitos dos animais, e da defesa do ar, da água e do clima que vamos deixar para os nossos netos. Os eleitores devem apoiar as medidas de transparência do PAN para que os políticos evitem incompatibilidades e promovam a estabilidade e o estado de direito.

Por fim, que mensagem deixa para os eleitores?

Votar nos partidos que têm dominado a política em Portugal não trará o dinamismo de que precisamos para combater a corrupção, as alterações climáticas, a violência doméstica e o acesso à habitação. No entanto, vemos partidos com dezenas de deputados que falam em reduzir o fluxo de refugiados, mas não apresentam propostas para combater a crise climática; gritam sobre o combate à corrupção, mas, além de não apoiarem as propostas de transparência do PAN, sofrem de uma elevada taxa de questões judiciais e éticas. O PAN será mais eficaz para fazer avançar Uma Só Saúde: das Pessoas, dos Animais e da Natureza. ■

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