Aicep e Apex-Brasil dispostas a “impulsionar o fluxo comercial” entre Brasil e Portugal

Assinado documento durante abertura do Fórum de Negócios Portugal-Brasil - Parcerias para a Inovação em Matosinhos, Portugal

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Brasil e Portugal reforçam base para levar relações bilaterais a novo patamar
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O presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, e o primeiro-ministro português, António Costa, participaram nesta segunda-feira, dia 24 de abril, em Matosinhos, na região do Porto, Norte de Portugal, na abertura do Fórum de Negócios Portugal-Brasil – Parcerias para a Inovação, evento organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil (Apex-Brasil) e pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep). Durante o evento, estes dois responsáveis defenderam haver “margem para ampliar as trocas comerciais” e reforçaram a “intenção de atuar pelo acordo entre União Europeia e Mercosul”. Pela parte do Brasil, estiveram presentes também a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos; o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira; e o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, entre diversas autoridades dos dois países.

“Um evento que abre portas para uma atuação mais intensa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em Portugal, sintetiza e amplia a parceria entre Embraer e o Centro de Engenharia e Desenvolvimento (CEiiA) do país europeu e, ao atrair cerca de 200 empresários das duas nações, serve como ponte para impulsionar o fluxo comercial e os projetos conjuntos em áreas como mobilidade urbana, transição energética e setor de aviação”, disseram fontes ligadas ao governo brasileiro.

Para Lula, “este evento foi o marco do relançamento das relações bilaterais em todas as suas vertentes que pretendo promover”. O presidente brasileiro lembrou-se da sua última visita a Portugal e exaltou a parceria entre a Embraer e o CEiiA, que resultou no moderno avião CK-390, que “comprova que a atuação conjunta entre os países pode ser ainda maior daqui para frente”.

“Quando estive em Portugal pela última vez como presidente, na 10ª Cimeira, testemunhei os primeiros passos dessa parceria, com investimentos da Embraer no setor aeronáutico português. A parceria deu frutos, mostrando que quando há trabalho, diálogo e cooperação, as sementes plantadas florescem”, comentou Lula.

Já o primeiro-ministro português, António Costa, disse ter esse mesmo sentimento.

“Estes acordos traduzem do ponto de vista institucional o grande potencial que existe e a vontade efetiva das instituições trabalharem para abrirem a porta para que as empresas façam o seu caminho”, afirmou António Costa.

No início do evento em Matosinhos, a ApexBrasil e a Agência para o Investimento e Comércio de Portugal (Aicep) assinaram um memorando de entendimentos com dois objetivos: “aumentar e diversificar o comércio bilateral, com destaque para o apoio a pequenas e médias empresas e startups, e o desenvolvimento de ações conjuntas com foco também na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)”.

Nessa ocasião, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, enfatizou ainda que seguirá a orientação do presidente Lula para que um escritório da agência seja aberto o quanto antes em Portugal.

“O presidente orientou-me que devemos trabalhar para termos o mais rápido possível a presença da Apex em Portugal e trabalhando com a CPLP”, disse Viana, referindo-se à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Jorge Viana falou sobre a importância do fortalecimento das relações entre os dois países e citou números do fluxo comercial entre Brasil e Portugal, que, segundo este responsável, “tendem a crescer daqui para frente”.

“Nos primeiros dois governos do presidente Lula, o fluxo comercial de Portugal com o Brasil aumentou de perto de US 700 milhões para US 2,7 mil milhões. As exportações de Portugal saíram de US 100 milhões e alcançaram US 1 bilhão”, lembrou Viana.

“Agora, o fluxo chegou a US 5,3 mil milhões em 2022. Houve crescimento, é facto. Mas muito vinculado a exportação de petróleo, e não de produtos de manufatura, que geram empregos de parte a parte. O compromisso é trazer de volta o período de prosperidade que a relação entre os países já viveu”, afirmou o presidente da ApexBrasil.

Lula chegou a sugerir estabelecer uma meta mais ousada.

“A primeira vez que vim a Portugal, disse que poderíamos chegar a R 10 mil milhões de fluxo comercial. Podemos estabelecer uma meta do que queremos. Na política você tem que ter um projeto, não pode ficar governando de acordo com o vento”, ressaltou Lula.

Agenda retomada na capital portuguesa

Após a viagem de volta à capital portuguesa, Lula visitou as instalações das Oficinas Gerais de Material Aeronáutico da Indústria Aeronáutica de Portugal e assinou o protocolo para adaptação da aeronave Super Tucano.

Sobre o MERCOSUL, o primeiro-ministro português pontou a disposição do país europeu em atuar para a efetivação do acordo entre União Europeia e Mercosul.

“Temos todos noção de que a conclusão do acordo da União Europeia e Mercosul é estratégico para podermos ter melhores oportunidades de aumentar as relações comerciais num sentido e no outro. Tenho dito ao presidente Lula que o Brasil pode sempre contar com Portugal, como ponta de lança para trabalharmos para a conclusão, tão rápida quanto possível, do acordo entre União Europeia e Mercosul”, adiantou António Costa.

Nos últimos dias, Lula já havia afirmado que irá se empenhar, como já havia ressaltado durante visitas à Argentina e ao Uruguai, para que o acordo seja selado o quanto antes.

“No que depender de mim, a gente vai fazer o acordo União Europeia e Mercosul. Faltam pequenos ajustes, mas temos condições de fazer”, atestou Lula.

Fórum estratégico

Os cerca de 200 empresários, metade deles de cada um dos países, que participam no Fórum Empresarial Portugal-Brasil, estiveram reunidos num seminário empresarial, rodadas de networking e visitas técnicas.

Este seminário, composto por quatro painéis ligados aos principais temas de interesse comercial entre os dois países, em áreas como transição energética, saúde, mobilidade, além de startups, abordou as possibilidades de atração de investimentos bilaterais e debateu os potenciais a serem explorados por Brasil e Portugal. A organização é da Apex em conjunto com o Ministério de Relações Exteriores do Brasil e instituições portuguesas. ■

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