
A exposição “Para Além Daqui”, de António Olaio, a primeira individual do artista português no Brasil, será aberta no sábado, 25 de outubro, na Galeria do Lago, no Museu da República, no bairro Catete, zona sul do Rio de Janeiro. A mostra, que vai até 30 de novembro deste ano, com entrada gratuita, reúne várias pinturas inéditas inspiradas na biodiversidade do jardim do museu e disponíveis ao público de terça à sexta, das 10h às 17h, e aos sábados, domingos e feriados, das 11h às 17h.
Os curadores da exposição, Isabel Portella e Nelson Ricardo Martins, ressaltaram que das obras, em contraste entre o jardim e a agitação das ruas em torno do museu, “emergem formas abstratas e insetos inventados que, na hibridez da sua existência, se movimentam pelas telas, em iminente transbordamento para fora do suporte”.
A curadoria explicou que “a série propõe o entrelaçamento fora-dentro, amalgamado a composições orgânicas que se deslocam pelas superfícies. São naves, engrenagens, sussurros delirantes, insetos-máquinas-insetos. A obra dialoga com a ‘fita de Moebius’ [fita de Möbius], símbolo de infinito, continuidade e ciclos”.
Desde os anos 1980, quando iniciou sua trajetória artística, António Olaio tem se dedicado a múltiplas linguagens, com destaque para a performance, a pintura e a música. Ele foi um dos fundadores da banda portuguesa de pop-rock eletrónico Repórter Estrábico (1986) e já gravou com diferentes músicos.
Com Victor Torpedo e Mikey Georgeson, Olaio formou a banda The Middle People. Colaborou com o músico, ator e performer Richard Strange, fundador, nos anos 1970, da banda proto-punk “Doctors Of Madness”, em projetos como as peças/performances “When you awake, you will remember nothing” e “The Black Square”, apresentadas em Coimbra, Lisboa, Porto e Londres.
Olaio já participou em dezenas de exposições e performances em Portugal e no exterior, entre as mais destacadas estão a “Trienal de Espaços Invisíveis” (Coimbra, 2025); “Constelações”, no Museu Berardo (Lisboa, 2019); “6 Performances Exceptionnelles”, no Palais de Tokyo (Paris, 2013); “40 Years in a Plane”, no Kenny Schachter conTEMPorary (Nova Iorque, 2004) e a “Contemporary Art from Portugal”, no European Central Bank (Frankfurt, 2002).
Além da vida artística, Olaio é professor e diretor assistente do doutoramento em Arte Contemporânea do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, instituição internacional que reúne artistas e investigadores de diferentes nacionalidades.
O artista participará de um debate no auditório IART, na UERJ, no Rio de Janeiro, com a temática “Um olhar sobre a Arte, Experiência e Linguagem”, na quarta-feira 22 de outubro, às 9h30.
Na segunda-feira, 27 de outubro, às 14h30, António Olaio estará na Escola Guignard, em Belo Horizonte, para uma conversa sobre a sua trajetória, tendo como ponto de partida a exposição “Para Além Daqui”.
A curadoria também o destacou como um incentivador das artes visuais brasileiras em Portugal. Em 2022, ele apoiou, quando era diretor do Colégio das Artes, dois projetos que se desenrolaram como ato de resistência à polarização da política brasileira: a coletiva “Viva Brasil”, com múltiplas linguagens, reunindo 57 artistas brasileiros, e a plataforma “Terra em Transe”, com 21 artistas do Brasil, disponível a seguir: https://terra-em-transe.art/. ■