A 13.ª edição do Fliaraxá, no Brasil, “confirmou o papel de Araxá como um dos polos literários mais dinâmicos do país”. É o que afirmam os responsáveis pelo evento que decorreu entre 1 e 5 de outubro, reunindo 20 mil visitantes, gerando 143 empregos diretos e indiretos e mobilizando toda a comunidade escolar do município, além de alcançar 86% da rede de ensino local. O festival contou com 135 autores nacionais e internacionais e mais de 90 lançamentos.
“Mais do que uma celebração da palavra, o Festival Literário Internacional reafirmou a sua vocação como motor cultural, educativo e económico da região”, afirmou Afonso Borges, organizador.

Com o tema “Literatura, Encruzilhada e Memória”, a curadoria, assinada por Bianca Santana, Jeferson Tenório, Leo Cunha, Luiz Humberto França, Rafael Nolli e Sérgio Abranches, promoveu mais de cem atividades gratuitas, entre conversas, lançamentos de livros, espetáculos, oficinas e exposições.
Participantes do Brasil e de Portugal
Entre os homenageados desta edição estiveram o escritor baiano Itamar Vieira Junior e a ruandesa Scholastique Mukasonga. A autora, radicada em França, trouxe para o encontro a reflexão sobre o “dever da memória”, elemento que atravessa a sua obra marcada pelo genocídio em Ruanda.
Além de Mukasonga, o Fliaraxá contou com a participação da portuguesa Rute Simões Ribeiro e da luso-brasileira Tatiana Salem Levy.
“vínculo entre literatura e formação cidadã”
Instalado no Teatro CBMM, dentro do Centro Cultural Uniaraxá, o evento beneficiou de uma parceria com o Uniaraxá.
A vertente educativa foi um dos pilares do Fliaraxá. O Prémio de Redação e Desenho mobilizou 58 escolas: seis particulares, dez estaduais e 42 municipais, e envolveu crianças e jovens de várias faixas etárias.
O impacto digital também fez-se sentir. As ações do festival atingiram 2,2 milhões de visualizações no Instagram e alcançaram 330 mil contas durante os dias de evento, com ampla repercussão na imprensa nacional e internacional.

As boas práticas ambientais também foram o foco do Fliaraxá, que, segundo os seus organizadores, “manteve uma gestão alinhada aos princípios de ESG, promovendo o uso de papel reciclado, copos biodegradáveis e recolha seletiva”.
A operação mobilizou 23 toneladas de estruturas e equipamentos, 380 m² de área coberta, 240 m² de piso elevado e 1.700 metros lineares de revestimento em tecido.
Na livraria do festival, os leitores privilegiaram a literatura contemporânea, com destaque para obras de Scholastique Mukasonga, Jeferson Tenório, Bianca Santana, Igor Pires e Alessandra Roscoe. Entre os títulos mais procurados estiveram A Mulher de Pés Descalços, de Mukasonga, Apolinária, de Santana, e Descolonizando Afetos, de Geni Núñez.
Promovido pela CBMM há 13 anos, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, o Fliaraxá contou com parceria da Bem Brasil e apoio cultural do Centro Cultural Uniaraxá, da TV Integração e da Academia Araxaense de Letras. ■