João Azevêdo, governador do Estado da Paraíba, no Nordeste do Brasil, autorizou, durante a edição 2025 do FliParaíba, novos editais para o lançamento de obras literárias e para o reforço das bibliotecas públicas estaduais. Decisões anunciadas na noite de 27 de novembro, no Centro Cultural São Francisco, em João Pessoa. As medidas marcaram o início de uma programação que integrou literatura, artes visuais e expressões tradicionais, num evento organizado pelo Governo da Paraíba através da Secretaria de Estado da Cultura e estruturado sob a curadoria do escritor português José Manuel Diogo.
A noite de abertura apresentou lançamentos de livros, sessão de autógrafos e manifestações culturais como o toré indígena, o coco quilombola do coletivo Caiana dos Crioulos e o sarau cigano. Houve ainda a vernissage da exposição Versos Parahybridos, composta por imagens e poemas de representantes das comunidades indígenas, quilombolas e ciganas da Paraíba. O concerto da Orquestra Sanfónica Balaio Nordeste, dirigida pelo maestro Lucílio Souza, encerrou a programação inaugural com repertório dedicado ao forró de raiz. O tema escolhido para esta edição, Nossa Língua, Nossa Gente: ancestralidade, identidade e o futuro da democracia, orientou o discurso do secretário de Estado da Cultura, Pedro Santos, que sublinhou a ligação entre memória, língua e futuro democrático.
O programa contou com vozes que representam diferentes matrizes culturais. O cigano António Pedro, da etnia Calon, destacou o seu papel na preservação do idioma e da história do seu povo. Já a quilombola Doraci da Silva valorizou a representatividade da comunidade Caiana dos Crioulos no festival. A professora de Língua Portuguesa Lindjane Pereira apresentou a colectânea Entre Muros e Sussurros, reunindo contos marcados pelo impacto da pandemia e por questões sociais contemporâneas.
A cerimónia reuniu autoridades e instituições parceiras, entre elas a presidente da Empresa Paraibana de Comunicação, Naná Garcez; a presidente da Funesc, Bia Cagliani; o secretário de Estado da Cultura de Portugal, Alberto Santos, presente enquando autor; e o presidente da Associação Portugal-Brasil 200 anos, José Manuel Diogo, também curador do Fliparaíba.
Azevêdo destacou que o festival consolidou-se como política de Estado, assinalando a participação de autores da Paraíba em iniciativas internacionais, além de reforçar que a troca entre países lusófonos fortalece o alcance do festival.
O FliParaíba terminou dia 29 de novembro com debates, oficinas de cordel e xilogravura, apresentações populares, espectáculos musicais e a presença de mais de trinta autores de países de língua portuguesa, numa edição marcada pela diversidade e pela circulação de ideias. ■





