Uma das mesas da Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto), que decorreu entre os dias 13 e 16 de novembro no Parque Dona Lindu, em Recife, Brasil, foi dedicada ao tema “A modernidade na literatura de cordel”, no dia 16. A sessão reuniu a editora Ana Ferraz, o poeta Jorge Filó e a historiadora Maria Alice Amorim, num debate centrado na vitalidade contemporânea do cordel, na preservação das suas raízes e na capacidade de diálogo com leitores de várias gerações.
Presente na programação, o espaço Fliporto Cordel consolidou-se nesta edição graças à parceria com a Editora Imeph, referência na promoção e difusão da literatura no nordeste do país. Lucinda Marques, presidente fundadora da Editora Imeph, explicou o significado desta colaboração.
“A Fliporto Cordel tornou-se num espaço de interação e troca de experiências. Foi uma honra participar este ano em Portugal e no Brasil. É um movimento literário que foi, é e será muito significativo para a nossa cultura”, afirmou. Esta profissional sublinhou ainda o papel da sua casa editorial.
“A Editora Imeph nasceu para fortalecer a cultura nordestina. Acreditamos nos autores e na literatura de cordel, publicamos com primor e levamos essas obras às escolas, aos jovens e ao grande público. O nosso compromisso é abrir espaço para quem muitas vezes não tem lugar para mostrar o seu talento”, disse.

Ao comentar a parceria com a Fliporto, Lucinda Marques destacou a convergência de visão com a organização.
“António Campos viu os nossos livros, fez o convite e aceitei de imediato. Ele ama a literatura, ama as pessoas e percebe a importância de abrir caminhos para os autores do Nordeste. A Fliporto permite que o público conheça a força desta arte e promove intercâmbio entre escritores de diferentes regiões”, recordou.
Por sua vez, António Campos, curador e coordenador-geral da Fliporto, reforçou a dimensão estratégica da literatura de cordel no evento.
“É essencial prestigiar o cordel, que está no cerne da cultura nordestina e da cultura brasileira. Este ano tivemos uma parceria especial com a Imeph, que muito nos alegrou e apoiou. É um espaço em que valorizamos a cultura e a poesia popular, motivo de grande honra para a Fliporto”, confirmou Antônio Campos, referindo que a apresentação do cordel ao público internacional “é uma literatura que bebe na raiz ibérica e mostra, numa forma própria de falar português, a vida do nordestino”.
O Fliporto Cordel encerrou a sua participação reforçando o papel da literatura popular no diálogo entre gerações e na preservação da memória cultural. A integração deste espaço na programação oficial confirmou a relevância do género no conjunto dos 20 anos da Fliporto.
O evento aconteceu na cidade de Recife, no Estado de Pernambuco, onde reside uma grande comunidade portuguesa e luso-brasileira. ■





