
O Rio de Janeiro recebeu o título de “Capital Mundial do Livro” da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), ainda em outubro de 2023. No último dia 23 de abril deste ano, em solenidade realizada no Teatro Carlos Gomes, a “cidade maravilhosa” assumiu o título oficialmente, tornando-se a primeira cidade de língua portuguesa a receber a distinção. Houve também a abertura da “Caixa Literária”, que depois foi levada ao Real Gabinete Português de Leitura.
Um dos motivos para a atribuição do título é a história da cidade com relação à escrita, que vem desde o Império, com a presença de D. João VI, trazendo consigo a Imprensa Régia e a Biblioteca Real. Há também outros momentos que se tornaram fundamentais para a formação intelectual do Brasil, entre eles a literatura de Lima Barreto e Machado de Assis.
Também há a justificativa para “o reconhecimento devido à excelência dos programas de promoção da leitura no município”.
No ano passado, o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, havia anunciado uma agenda de eventos e ações “voltadas para a formulação de novas políticas públicas de livro e leitura, com apoio das principais entidades do mercado editorial brasileiro”.
Entre as ações e eventos integrados à agenda do Rio como “Capital Mundial do Livro”, encontra-se “a formulação de novas políticas públicas de livro e leitura”, que, desde agosto de 2024, foi materializada com editais destinados à realização de feiras literárias, capacitação de escritores, promoção de ações voltadas à difusão da literatura brasileira e promoção de autores cariocas”.
E com a reputação de “Capital Mundial do Livro”, a Secretaria Municipal de Cultura promoveu no início de abril, na Academia das Ciências de Lisboa, o evento “Rios da Palavra”, em parceria com a Academia Brasileira de Letras (ABL).
A cerimónia teve a presença do secretário municipal de Cultura, Lucas Padilha, do presidente da ABL, Merval Pereira, do presidente da Academia das Ciências de Lisboa, José Francisco Rodrigues, além de representantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O destaque foi a apresentação de uma “Caixa Literária”, com livros de obras clássicas e contemporâneas selecionadas por países da CPLP: Portugal, Timor-Leste, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e Moçambique.
Ao término do evento na capital portuguesa, a caixa partiu de cidade em cidade até chegar ao Rio de Janeiro, quando foi aberta na quarta-feira, 23 de abril, pelo prefeito Eduardo Paes no Teatro Carlos Gomes, depois seguiu para o Real Gabinete Português de Leitura.
Foi proposto que, “ao longo do ano, obras brasileiras serão escolhidas por meio de concursos, festivais e prémios e somadas a esse acervo” e que a “Caixa Literária” fosse “incorporada à programação oficial das Capitais Mundiais do Livro da UNESCO, com o Rio assumindo o papel de catalisador e difusor da produção literária em língua portuguesa para o mundo”. ■