Carlos Moedas recebeu comunidade brasileira para reafirmar “laços históricos” e projetar cooperação no espaço lusófono

Evento da Confederação Empresarial da CPLP reuniu personalidades de Portugal e do Brasil na Câmara Municipal de Lisboa

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Carlos Moedas dedicou tempo a falar sobre a diversidade que caracteriza a capital portuguesa. Foto: divulgação
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A Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP) promoveu, na Câmara Municipal de Lisboa, o encontro “O Brasil em Lisboa – Histórias que se Cruzam, Futuros que se Constroem”, uma iniciativa realizada em celebração ao mês da Independência do Brasil. O evento, que teve lugar dia 24 de setembro, destacou o papel histórico, cultural e económico que une Brasil e Portugal, sublinhando a importância da cooperação dentro do espaço lusófono.

A sessão de abertura contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e da presidente da CE-CPLP, Nelma Fernandes, que reforçaram o compromisso da capital portuguesa com o fortalecimento das relações entre os países de língua portuguesa, apostando em investimentos e inovação. O debate foi moderado pelo jornalista e escritor luso-brasileiro Ígor Lopes.

“comunidade empreendedora”

No âmbito do seu discurso, Carlos Moedas dedicou tempo a falar sobre a diversidade que caracteriza a capital portuguesa.

“Esta é uma cidade em que 30% das pessoas que vivem aqui não nasceram em Portugal e não são portuguesas, mas são lisboetas. Esta é a cidade de todos”, disse o autarca, que abordou o papel da comunidade brasileira em Lisboa.

“A comunidade brasileira sempre me ajudou a sonhar. Se há coisa que o Brasil traz é não ter medo de sonhar. É uma comunidade empreendedora e sem medo de o ser”, comentou, recordando que também já viveu no estrangeiro.

“Fui emigrante durante muitos anos. Sei o que é chegar a outro país. Sentimos saudades de um lado e do outro, e percebemos que temos várias identidades dentro de nós. Essas identidades fazem-nos diferentes e são todas boas”, frisou Moedas.

Nelma Fernandes, por sua vez, realçou os valores da CE-CPLP como rampa de conexão para a promoção de oportunidades de negócios entre os países de língua portuguesa e o mundo. Esta responsável mencionou o apoio do município lisboeta nas ações da entidade e revelou ter novos projetos que podem, inclusive, impactar de forma positiva o cenário económico em Portugal.

“Encontro marcado por reflexão e projeção”

Após as falas de Moedas e Fernandes, decorreu o painel de debate central reunindo Higor Esteves, vice-presidente da Comissão Executiva da CE-CPLP; Nelma Fernandes, presidente da CE-CPLP; Luis Felipe Gutman, managing partner da OW Ventures; Patrícia Gonçalves, investigadora e professora universitária; Karlla Tavares, vice-presidente da União dos Blocos de Carnaval de Lisboa (UBCL); e Patrícia Garboni, líder do Grupo Mulheres do Brasil Lisboa.

Cada interveniente partilhou experiências e visões sobre o papel do Brasil em Portugal e o potencial de integração económica, social e cultural no contexto da CPLP. Durante as intervenções, destacou-se o contributo da diáspora brasileira para o dinamismo de Lisboa, a crescente cooperação empresarial e o papel das mulheres e da inovação no fortalecimento dos laços entre as nações. O debate abordou também a importância de promover uma nova narrativa sobre a presença brasileira em Portugal, assente na valorização do talento, da diversidade e da identidade lusófona.

“Ter organizado este evento foi importante para mostrar a pujança da comunidade brasileira residente em Lisboa, e não só, muitos investem e apoiam as ações que são levadas a cabo pela sociedade civil, proporcionando uma maior aproximação entre o Brasil e Portugal”, disse Higor Ferro Esteves, vice-presidente da Comissão Executiva da CE-CPLP, que, na sua intervenção, defendeu a relevância das startups e da inovação como forma de capacitar os imigrantes e integrá-los no mercado de trabalho lisboeta, o que acaba por “valorizar a economia portuguesa”, uma iniciativa que lidera no âmbito da Sheree – Startup Place.

Luis Felipe Gutman, que conta com mais de 20 anos de experiência em tecnologia e inovação, reforçou o trabalho feito no campo dos investimentos em startups no Brasil e em Portugal, com foco também nas operações em fundos de investimento voltados para a internacionalização de startups.

Doutora em Antropologia do Consumo e docente e investigadora em Tendências de Mercado, Comportamento do Consumidor e Empreendedorismo em Portugal e no Brasil, Patrícia Gonçalves destacou a chegada, anualmente, de mais de 1500 estudantes brasileiros a Portugal, o que, na sua opinião, “ativa” a economia local e “dinamiza” o cenário académico.

No contexto cultural, Karlla Tavares explicou o trabalho de promoção do Carnaval brasileiro “como ato político, cultural e de integração social em território europeu”, tendo em atenção a cultura carnavalesca em vários estados brasileiros, que são representados nas ruas de Lisboa, além de sinalizar que esse movimento tem projetado a cidade portuguesa no cenário internacional, proporcionando efeitos positivos no turismo e na economia locais.

Por seu turno, Patrícia Garboni revelou que há projetos que serão apresentados às autoridades portuguesas, como “boas práticas” no domínio do combate à violência doméstica, tendo como exemplo a “Lei Maria da Penha”, uma lei federal brasileira, reconhecida no país, cujo objetivo principal é estipular punição adequada e coibir atos de violência doméstica.

“Discutir a presença do Brasil em Lisboa é fundamental para entendermos que caminho pretendemos fazer e encontrar soluções para ultrapassarmos as dificuldades que possam existir. Foi bem significativo conhecer o apoio e a disponibilidade da Câmara Municipal de Lisboa neste sentido”, finalizou Higor Ferro Esteves. ■

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