Um grande público tem acompanhado em Portugal as apresentações do livro “Músicos em harmonia, compositores maçons” do conhecido escritor, ator, cantor lírico e encenador de teatro e de ópera Carlos Otero. A obra, que está a passar por várias cidades, foi apresentada também na Biblioteca Municipal António Salvado, em Castelo Branco, no último dia 17 de março, momento em que o autor palestrou sobre o tema: “Porque sou Maçom”?
“Tive muito prazer em participar na sessão organizada em Castelo Branco. A assistência era muito recetiva à minha intervenção e fiquei com a ideia de que agradou bastante ao público e que este saiu um pouco mais iluminado. Eu creio que a assistência participou de uma maneira ativa, pois fez muitas perguntas que agradaram, porque eram perguntas com um contexto muito espiritual”, comentou Carlos Otero à reportagem da Agência Incomparáveis.
“Creio que a minha intervenção não foi inútil e continuamos noutras cidades a fazer a mesma coisa para que a luz possa aparecer em cada um de nós”, reforçou Otero, que nasceu em Lisboa, tem 81 anos, e vive em Paris, França, há mais de 62 anos, é licenciado em Musicologia pela Sorbonne e dedica-se, atualmente, à investigação musical e à encenação.
As sessões públicas, que contam com o apoio da Union Maçonnique Libéral International de Portugal, Grande Loja Simbólica de Portugal, Grande Loja Simbólica da Lusitânia e Grande Ordem Egípcio de Portugal, estão focadas, segundo o seu responsável, “unicamente no ser humano que tem preocupações espirituais e que está (quase) ciente que as possui e as pratica”.
Além de Castelo Branco, o livro passou ainda por cidades, como Porto, Coimbra, Lisboa e Faro.

Na opinião de Otero, que pretende com a obra “dar a conhecer uma centena de compositores de música que eram maçons”, a música tem um significado espiritual, seja ela religiosa, maçónica ou outra. Tudo depende de quem a ouve”.
“A finalidade é dar a conhecer uma centena de compositores de música que eram maçons. Assim nasceu este livro para relembrar os esquecidos, diria mais, os ignorados da música clássica. Pretendo reavivar os muitos compositores de música clássica ignorados pelo público e pelos musicólogos em particular. Compositores que tiveram o seu tempo de glória e que foram esquecidos, ao longo do tempo, pelas orquestras e pelas casas de edição musical. E, por conseguinte, o público deixou de “os” ouvir nos concertos e esqueceu-os pouco a pouco”, disse.
Recorde-se que Carlos Otero desenvolveu em Paris as atividades como ator, cantor lírico e encenador de teatro e de ópera.
Apresentou-se como cantor nos festivais de: Aix en Provence, no Théâtre Montansier, no Fes-tival de Avignon, Théâtre du Châtelet, Théâtre de la Ville em Paris, Théâtre du Vieux Colombier, em mais de 3200 apresentações públicas.
Como ator apresentou-se no Théâtre National Populaire, Paris; Théâtre de L’Athénée, Paris; Théâtre de la Ville, Paris; e no Festival d’Avignon, com peças de Molière e Shakespeare.
Trabalhou ao longo da sua carreira com nomes como a atriz Edwige Feuillère, o ator e encenador Georges Wilson, ou, ainda, Jérôme Robbins, produtor, realizador e coreógrafo da Broadway, onde apresentou, em 1969, no Théâtre Marigny, a comédia musical Violino no Telhado. Realizou e encenou no Théatre des Champs Elysées, de Paris, o drama “Thamos” de Mozart, assim como a ópera “A Flauta Mágica”, representações saudadas pela crítica como “tendo conseguido transmitir o essencial do aspeto sobrenatural e maravilhoso das obras-primas de Mozart”.
No cinema participou em produções para cinema e televisão com realizadores como; J. P. Mocky; M. Dugonson; R. Polanski; M. Ritchie; Peter Sellers; C. Pinoteau, entre outros.
É ainda autor de uma biografia do compositor A. Salieri, de um argumento cinematográfico sobre opereta francesa, de uma curta-metragem com música de Rossini, diversos livros que versam sobre músicos e compositores, bem como, de três peças de teatro. ■