Catiane Seif revela detalhes das gravações da novela portuguesa que promete valorizar as relações Açores-Brasil

Secretária de Estado do Turismo de Santa Catarina conta como foi a passagem da equipa de produção e dos atores que levarão ao público, pela “TVI”, o trabalho “Terra Forte”

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Produto da “TVI” promete reforçar contornos históricos das relações entre os Açores e o Brasil. Fotos: Secretaria de Estado do Turismo de Santa Catarina/TVI
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A estação portuguesa “TVI” prepara-se para lançar “Terra Forte”, a nova grande produção da ficção nacional lusa, que promete unir paisagens deslumbrantes e emoções intensas entre os Açores e o Brasil. A trama, escrita por Maria João Costa, autora de sucessos como “Ouro Verde” e “Cacau”, conta com coprodução da Plural Entertainment e da plataforma Prime Video.

Com gravações iniciadas em julho deste ano, a novela percorreu inicialmente o estado brasileiro de Santa Catarina, no Sul do país, seguindo depois para a Ilha das Flores, nos Açores, onde decorrem cenas em locais como a Fajã Grande e Santa Cruz das Flores. É ali que se desenrolam os primeiros capítulos da história protagonizada por Flor (Benedita Pereira) e António (João Catarré), casal central desta narrativa marcada por reviravoltas dramáticas e encontros do passado.

A personagem de Flor, dada como morta no Brasil, regressa quase duas décadas depois aos Açores determinada a recuperar a sua história, confrontando verdades ocultas e traições antigas. Ao reencontrar Sammy, o homem que a amou, e descobrir que ele casou com a sua melhor amiga, Maria de Fátima, a protagonista mergulha num enredo de suspense emocional, com um passado que a liga a uma tentativa de homicídio em alto-mar. Ao seu lado está António, com quem mantém uma relação sólida, e que a apoia no regresso a Florianópolis para enfrentar as dores do passado.

O elenco conta com nomes consagrados como Rita Pereira, José Fidalgo, Custódia Gallego, Francisca Salgado, Gustavo Alves, Sofia Nicholson, entre outros. As gravações em estúdio tiveram início a 28 de julho, nas instalações da Plural, em Bucelas, onde serão registadas várias das cenas centrais da novela. A estreia está prevista para breve.

Investir nas raízes açorianas

Os açorianos, chegados entre 1748 e 1753, deram um rosto próprio ao litoral catarinense, pois trouxeram dos Açores devoções populares, expressões artísticas e religiosas e uma forma particular de enxergar o mundo e encarar a vida.

Em entrevista à nossa reportagem, Catiane Seif, secretária de Estado do Turismo de Santa Catarina, explicou como surgiu a parceria entre o Governo de Santa Catarina e a produção da novela “Terra Forte”.

“Com a abertura do voo da TAP, o destino Santa Catarina despertou o interesse da Europa. Além da forte ligação histórica entre cidades geminadas de Santa Catarina e Portugal, iniciamos uma aproximação com a TVI em março, durante a BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa). Tivemos a primeira reunião presencial onde a proposta foi formalmente apresentada e assim começamos a desenvolver o roteiro da novela. Outro fator que ajudou muito é termos um governador visionário que acredita na internacionalização do Estado e apoia estratégias inovadoras e pioneiras que visam impulsionar o turismo, e assim, nossa economia”, disse esta responsável, que sublinhou a importância da escolha de Santa Catarina como cenário para representar a parte brasileira desta história que será contada pela TVI.

“Em vez de focar em cidades e locais específicos, decidimos destacar o Estado de Santa Catarina por inteiro. Dessa forma, conseguimos mostrar a diversidade e a qualidade das nossas paisagens, que vão desde as belas praias do litoral até as serras. A ideia é mostrar que Santa Catarina oferece múltiplas experiências num só lugar. A equipa de produção e o elenco ficaram entusiasmados e surpresos com as belezas naturais que encontraram. Eles expressaram o desejo de abordar mais a cultura e os lugares, pois consideram o Estado completo e com uma vasta diversidade. Mesmo com as filmagens tendo ocorrido no inverno, os atores conseguiram aproveitar os momentos ensolarados e os belos pores do sol”, frisou Catiane Seif.

A novela, ainda em fase de gravações no arquipélago, estabelece uma forte ligação entre os Açores e o Brasil, especialmente com Santa Catarina, estado historicamente marcado por influências açorianas, pontos que, de acordo com Catiane Seif, foram valorizados durante os trabalhos em solo brasileiro.

“Conseguimos captar a forte ligação entre o nosso Estado e Portugal através de cenas que destacaram a gastronomia, a arquitetura similar e o modo de vida da nossa gente, preservando a herança cultural açoriana”, referiu a secretária de Estado do Turismo de Santa Catarina, que não esconde o desejo de conhecer o resultado desta iniciativa.

“As nossas expetativas são altas. Ser um dos cenários da novela é uma vitrine excecional para o Estado. Acreditamos que o incentivo das imagens das nossas vocações turísticas, somado ao facto de sermos o Estado mais seguro do Brasil e termos um voo direto para a nossa capital. Acreditamos que a soma dessas qualidades possa despertar grande interesse do público português e europeu”, uma vez que “a nossa ligação é muito forte e valorizada”.

Casa dos Açores serve de embaixada cultural em Santa Catarina

Santa Catarina conta com uma “Casa dos Açores”, constituída por descendentes dos migrantes açorianos que chegaram a Santa Catarina entre 1748 e 1753 e por simpatizantes da Açorianidade. A entidade, liderada por Sérgio Luiz Ferreira, é conhecida por ter um perfil diferente da maioria das Casas dos Açores, já que não é constituída por pessoas nascidas nos Açores, mas por descendentes de sexta, sétima, oitava e nona geração.

Fundada em dezembro de 1999, a Casa promove o desenvolvimento social, económico e cultural das comunidades de raiz açoriana no Estado de Santa Catarina, além de valorizar ações culturais, promover exposições, apresentações artísticas e publicações literárias, bem com a realização de cursos, palestras e oficinas. Um dos focos é a atuação e estudos em torno da renda de bilro e a celebração da Festa do Divino. A Casa dos Açores de Santa Catarina integra o Conselho Mundial da Casa dos Açores.

“Santa Catarina preserva e investe muito nas suas raízes açorianas. Além de termos a Casa dos Açores, buscamos parcerias e a ‘irmandade’ entre cidades que partilham características culturais e históricas”, destacou Catiane Seif.

“Saga histórica”

Por seu turno, José Andrade, diretor regional das Comunidades do Governo dos Açores, adiantou que “a gravação de uma novela portuguesa na ilha das Flores e na ilha de Santa Catarina demonstra que a cultura pode estar – e tem estado – ao serviço das históricas relações entre os Açores e o Brasil”.

“A “Terra Forte”, da TVI, começa no extremo ocidental dos Açores, de Portugal e da Europa, com filmagens na freguesia da Fajã Grande ou na vila de Santa Cruz, e chega até emblemáticos lugares catarinenses de povoamento açoriano, como Santo António de Lisboa ou Ribeirão da Ilha, ficcionando uma história de emigração que será vista em mais de 90 países durante 10 meses de exibição. Quase três séculos depois, revisitamos assim, ainda que simbolicamente, a saga heróica dos casais açorianos que foram povoar o Sul do Brasil a mando da coroa portuguesa, sucessivamente em Santa Catarina (1748), no Rio Grande do Sul (1752) e até no Uruguai (1763)”, adiantou.

Na opinião deste diretor regional, “esta produção televisiva tem fundamento no passado, mas tem, sobretudo, potencial para o futuro, na medida em que promove e valoriza a notoriedade e o relacionamento da Região Autónoma dos Açores e da sua “décima Ilha””.

“Obrigado à TVI pelo seu contributo para ficarmos mais próximos”,

finalizou José Andrade. ■

 

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