
Lisboa e Fátima receberam, de 9 a 13 de setembro, o XVI Encontro de Bispos dos Países Lusófonos, que reuniu representantes da Igreja Católica de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. O encontro, realizado a cada dois anos, teve como tema “Viver a paz na hospitalidade” e discutiu migrações, paz e cooperação entre as conferências episcopais.
Na abertura dos trabalhos, em Alfragide, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Ornelas, alertou para os perigos de “populismos manipuladores” no debate sobre migrações. Segundo ele, a mobilidade humana, marcada pelas ligações históricas e linguísticas, tem sido “objeto de manipulação e oportunismo, cuja fatura é paga pelos mais débeis”. Pediu ainda que governantes assumissem responsabilidade no acolhimento e integração de migrantes, “na dignidade e na justiça”.
O arcebispo de Saurimo e presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), D. José Manuel Imbamba, denunciou a “cultura da violência” global, marcada por guerras, deslocamentos forçados e violações do direito internacional. Para o prelado, a hospitalidade deve ser caminho para promover diálogo e paz.
O programa incluiu uma audiência com o presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, além da participação no colóquio “Fraternidade, novo nome para a Paz”, promovido pela Fundação Fé e Cooperação (FEC) pelos 35 anos da instituição. Houve ainda uma mesa-redonda na sede da CEP, momentos de oração comunitária e, no dia 12, a apresentação das conclusões à imprensa.
O encontro encerrou-se em Fátima, com a participação na peregrinação internacional do 13 de setembro, incluindo a procissão das velas e a missa no recinto de oração.
Criado em 1996, o Encontro de Bispos dos Países Lusófonos busca fortalecer a cooperação pastoral e afirmar, em conjunto, o compromisso das Igrejas de língua portuguesa com a paz, a hospitalidade e a solidariedade. ■