Especialistas do Brasil e Portugal debatem saúde renal em conferência no Rio de Janeiro

Conferência internacional discutirá inovação, gestão e perspetivas da nefrologia entre os dois países

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Milhares de brasileiros e portugueses dependem de terapia renal substitutiva, tema central do evento. Foto: HDF/HEMODIAFILTRAÇÃO/Hospital Ilha do Governador/divulgação
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Fontes indicam que, no Brasil, mais de 184 mil pessoas utilizam terapia renal substitutiva, sendo a maior parte tratada por hemodiálise. Em Portugal, esse número é de cerca de 21.300 pessoas. Um cenário que reforça a necessidade urgente de discutir cuidados renais e ampliar a capacitação dos profissionais da área.

Com esse objetivo, o Rio de Janeiro recebe a segunda edição da Conferência Luso-Brasileira de Gestão em Diálise, nos dias 28 e 29 de agosto, no Novotel, na Barra da Tijuca, zona Oeste da cidade. O evento reunirá especialistas para “analisar os desafios e as soluções para melhorar a gestão e a qualidade dos serviços de diálise”.

“A segundo Conferência Luso-Brasileira representa uma oportunidade singular para trocar experiências e debater estratégias que possam garantir a sustentabilidade e a qualidade da terapia renal no Brasil”, afirma o médico nefrologista e presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplantes (ABCDT), Yussif Ali Mere Junior.

Voltado a profissionais da linha de frente no atendimento a pacientes renais, o evento reunirá nefrologistas, gestores de clínicas de diálise, lideranças políticas e tomadores de decisão dos setores público e privado do Brasil e de Portugal.

Programação que valoriza o conhecimento

A programação está dividida em cinco temas principais: qualidade no cuidado ao paciente renal, capacitação profissional, inovação tecnológica, networking estratégico e análise de tendências futuras da nefrologia.

A organização fica a cargo da ABCDT, que conta com o apoio institucional da Federação Brasileira de Hospitais (FBH) e comemora 35 anos de atuação. Entre os especialistas confirmados está o nefrologista Serafim Guimarães, doutor em Ciências e Tecnologias da Saúde pela Universidade do Porto, em Portugal.

Sinergias entre os países lusófonos

Na primeira edição, realizada em 2023, houve uma aproximação importante com a Associação Nacional dos Centros de Diálise de Portugal (Anadial). Nesta nova etapa, o foco é “fortalecer a construção de uma agenda conjunta entre os países lusófonos, reforçando a cooperação internacional para aprimorar os serviços de saúde renal”.

A conferência ocorre num contexto de crescente demanda por tratamentos dialíticos — procedimento artificial usado para eliminar resíduos e excesso de líquidos quando os rins falham. Segundo o censo 2023 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o número de pacientes em diálise no Brasil cresceu 43% na última década. Esse aumento está ligado, segundo dados, ao envelhecimento da população, ao avanço das doenças crónicas, como diabetes e hipertensão, além da expansão da rede de atendimento em saúde.

Dados da International Society of Nephrology apontam que, no mundo, cerca de 3,9 milhões de pessoas fazem diálise regularmente. Porém, estima-se que mais de dois milhões de pacientes que necessitam desse tratamento ainda não têm acesso. ■

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