“Garantir que os portugueses da diáspora tenham uma representação eleitoral justa e eficaz”, sublinhou Ana Moura

Eleições Legislativas 2025 – Portugal – Entrevista à cabeça de lista da Iniciativa Liberal / Independente pelo círculo da Europa

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Ana Luísa Flôr Moura, médica especialista em Imunoalergologia, professora auxiliar convidada da NOVA Medical School
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Ana Luísa Flôr Moura tem 39 anos de idade, é natural do Funchal, Ilha da Madeira. É médica especialista em Imunoalergologia, Professora Auxiliar Convidada da NOVA Medical School. Candidata-se como cabeça de lista pela Iniciativa Liberal / Independente à deputada à Assembleia da República pela emigração pelo círculo da Europa.

Em entrevista à nossa reportagem, esta candidata explico o que pretende fazer caso seja eleita.

O que está a impulsionar a sua candidatura?

A minha candidatura pelo Círculo da Europa, com o apoio da Iniciativa Liberal, nasce da profunda convicção de que é tempo de dar voz ativa e eficaz aos portugueses que vivem fora de Portugal. Durante demasiado tempo, os cidadãos da diáspora têm sido lembrados apenas em contexto eleitoral, mas esquecidos quando chega a hora de decidir. Esta candidatura surge como resposta à urgência de uma representação comprometida com a liberdade individual, a eficiência do Estado e a valorização da nossa comunidade emigrada. Inspirada pelos princípios de modernização, mérito e responsabilidade, defendo uma nova abordagem política, centrada nos cidadãos e nas soluções concretas.

Que políticas são necessárias para a comunidade portuguesa emigrada?

As comunidades portuguesas no estrangeiro enfrentam desafios muito próprios, que exigem políticas ajustadas à sua realidade. É necessário facilitar a reintegração dos emigrantes que desejem regressar, agilizar o reconhecimento de qualificações e criar condições para que possam investir ou empreender em Portugal sem se depararem com barreiras burocráticas desmotivadoras. Para quem permanece no estrangeiro, é fundamental assegurar serviços consulares rápidos, acessíveis e digitais, bem como garantir que os portugueses da diáspora tenham uma representação eleitoral justa e eficaz.

Que linhas pretende seguir em relação às comunidades portuguesas caso seja eleita? E quais são os seus objetivos centrais?

Caso eleita, comprometo-me a promover uma política ativa de aproximação entre o Estado e os seus cidadãos fora do território nacional. A minha ação parlamentar será guiada pelo princípio de que os emigrantes são uma parte essencial do futuro de Portugal e não apenas do seu passado. Quero defender medidas que valorizem o seu contributo económico, cultural e social, e assegurar que os serviços públicos, especialmente os consulares, estejam à altura das suas necessidades. O meu foco estará também na criação de condições para que os jovens que partiram por falta de oportunidades possam, um dia, regressar com confiança no seu país.

O que pode ser feito no sentido de se valorizar o trabalho consular português no estrangeiro?

Valorizar o trabalho consular é um passo essencial para reforçar essa confiança. Portugal precisa de uma rede consular mais moderna, transparente e eficiente. A digitalização dos serviços deve ser total e centrada nas necessidades dos cidadãos. É fundamental reduzir tempos de espera, eliminar burocracias inúteis e apostar na formação e valorização dos profissionais que representam o Estado no estrangeiro. Devemos também adotar boas práticas internacionais, criando uma cultura de exigência e responsabilização que garanta um serviço público de qualidade.

Qual a importância do movimento associativo português nos países de acolhimento?

O movimento associativo português nos países de acolhimento assume um papel crucial na preservação da identidade cultural, na promoção da língua portuguesa, no apoio à integração dos novos emigrantes e na construção de pontes entre gerações. Estas associações são, muitas vezes, o primeiro ponto de contacto com a comunidade e um veículo essencial para a participação cívica e o reforço dos laços com Portugal. Entendo que os organismos do Estado devem acompanhar e valorizar este trabalho, criando mecanismos de apoio que sejam transparentes, adaptáveis às diferentes realidades e orientados para resultados concretos. Tal envolvimento deve, contudo, ser pautado por uma gestão criteriosa dos recursos, assegurando a sustentabilidade das iniciativas sem acarretar encargos adicionais para o Estado. É igualmente importante que esse apoio se mantenha estável ao longo do tempo, independentemente de conjunturas políticas, promovendo relações baseadas na confiança, no mérito e no compromisso com as comunidades.

O ensino da língua portuguesa deve sofrer alterações?

No que toca ao ensino da língua portuguesa, acredito que é necessário investir numa abordagem mais moderna, acessível e apelativa, especialmente à luz da era da digitalização em que vivemos. A Europa evoluiu e, com ela, surgiram novas dinâmicas sociais e tecnológicas que exigem respostas ajustadas às realidades locais e às exigências do mundo digital. É fundamental reconhecer que existem necessidades diferentes de aprendizagem conforme a região e o país, pelo que se impõe um levantamento rigoroso dessas necessidades para uma atuação eficaz. Devemos reforçar a oferta de ensino à distância, apostar em plataformas digitais interativas, garantir certificações reconhecidas internacionalmente e apoiar parcerias com associações e escolas locais. A língua portuguesa continua a ser uma ponte viva com Portugal e uma ferramenta essencial para a afirmação das novas gerações luso-descendentes. Ao adaptar o ensino da língua às possibilidades do digital, devemos assegurar que haja um benefício recíproco — tanto para Portugal, que reforça os laços com as comunidades no exterior, como para os falantes, que ganham acesso facilitado a novas oportunidades culturais, profissionais e identitárias.

O que a comunidade portuguesa deve esperar das próximas eleições legislativas?

A comunidade portuguesa deve encarar as próximas eleições legislativas com esperança, mas também com exigência. Está nas suas mãos eleger representantes que conhecem a realidade da emigração, que não se limitam a palavras de circunstância e que querem, verdadeiramente, agir. As eleições de 2025 são uma oportunidade de acelerar Portugal, de romper com o imobilismo e de afirmar que os portugueses no estrangeiro contam.

Por fim, que mensagem deixa para os eleitores?

A todos os eleitores, deixo uma mensagem de confiança e compromisso. Sou candidata porque acredito que Portugal pode mais e melhor — e que a nossa comunidade espalhada pelo mundo tem um papel fundamental nesse futuro. Conto com o vosso apoio para construir uma voz forte, livre e determinada no Parlamento. Juntos vamos afirmar o valor dos portugueses da Europa e contribuir para um país mais moderno, mais justo e mais próximo de todos. ■

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