Após o lançamento de “Memórias da Ditadura — Sociedade, Emigração e Resistência”, redigido a partir do espólio fotográfico de Fernando Mariano Cardeira, o professor, escritor e historiador Daniel Bastos, ainda sob os eventos da “Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril”, resgate os trabalhos de outro fotógrafo: Gérald Bloncourt, haitiano nascido em 1926 e falecido em 2018 em Paris.
Em homenagem ao fotógrafo, que também foi pintor e gravador, Bastos proferiu na sexta-feira, 11, na livraria Unicepe, espaço cultural de referência na cidade do Porto, a conferência “Gérald Bloncourt — Dias de Liberdade em Portugal”, título homônimo do seu livro lançado em 2019.
Na ocasião, o historiador da diáspora apresentou e autografou a obra com fotografias de Bloncourt representativas do seu talento em captar a vida cotidiana de emigrados e de momentos sociais e políticos no período de lutas pela democracia em Portugal.
O livro, já conhecido no mercado editorial por pesquisadores e interessados na área, é uma edição trilíngue (português, francês e inglês). O prefácio é do militar Vasco Lourenço, fundador da Associação 25 de Abril, sobre o fotojornalista que captou imagens da emigração portuguesa nos anos 1960 e também das manifestações por liberdade em Portugal após a Revolução de 25 de Abril de 1974.
Na obra constam imagens tiradas no período da Revolução dos Cravos, do Dia do Trabalhador em Lisboa, da chegada ao Aeroporto de Lisboa do escritor e líder comunista Álvaro Cunhal (1913 – 2005), da Revolução de Abril e da celebração do 1.º de maio de 1974, considerada a maior manifestação popular da história portuguesa.
O ex-presidente Marcelo Rebelo Sousa condecorou, em 2016, Gérald Bloncourt com a Ordem do Infante D. Henrique por “serviços” a Portugal. ■
