
Lisboa acolheu, no dia 25 de julho de 2025, o 10.º Encontro da Rede de Ensino Português no Estrangeiro (EPE), promovido pelo Camões, I.P., que reuniu professores do ensino básico, secundário e superior para uma jornada de reflexão sobre a aplicação da Inteligência Artificial (IA) na didática do português além-fronteiras. O evento teve lugar no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), com possibilidade de participação online.
A sessão de abertura contou com intervenções da presidente do CCCM, Carmen Amado Mendes, da presidente do Camões, I.P., Florbela Paraíba, e de um representante do Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI). Emídio Sousa, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, marcou presença em dois momentos.
Entre os destaques da programação esteve a conferência de Carlos Ceia (NOVA-FCSH), que abordou a inovação no ensino de línguas com IA. Ricardo Cruz (LE\@D – UAb) apresentou uma análise crítica sobre o percurso da tecnologia, desde o seu fascínio inicial até à integração concreta nas práticas pedagógicas.
Durante a tarde, Isabel Rangel, da Porto Editora, partilhou os desafios e oportunidades da IA na plataforma “Português mais Perto”. Seguiram-se intervenções de Eduardo Matos, da Microsoft Portugal, e António Branco, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que deu a conhecer a plataforma Evaristo.ai, centrada na língua portuguesa.
A jornada incluiu ainda uma sessão de partilha de boas práticas, com a participação de docentes e leitores da rede EPE, e terminou com uma nova intervenção do Secretário de Estado das Comunidades.
A presidente do Camões, Florbela Paraíba, aproveitou o evento para apresenta os números dos leitorados, que cresceu de 54 para 57.
“Temos uma rede que, este ano, volta a ter 325 professores docentes no estrangeiro, o que representa um investimento de quase 30 milhões de euros e, portanto, é também desse ponto de vista uma consolidação e um pequeno aumento do investimento financeiro.
Emídio Sousa sublinhou que a sua participação no certame é uma forma de “reafirmar o compromisso do atual governo na Revisão do Regime Jurídico do Ensino de Português no Estrangeiro (RJEPE).
Experiência suíça
Uma das participantes foi Claúdia Pereira, professora na CEPE Suíça, que afirmou que o encontro “foi muito gratificante, porque é o tema do futuro, e o corpo do CEPE Suíça já trabalha com muitas atividades de Inteligência Artificial e foi um gosto estar aqui a partilhar com todas os portugueses tudo aquilo que nós fazemos”.
Por sua vez, Teresa Kufer, que também dá aulas no país helvético e no Liechtenstein, assegurou ser necessário apostar em projetos específicos e desenvolvê-los em sala de aulas para obter melhores resultados.
“Estamos a trabalhar com todo o afinco na Suíça, a dar continuidade àquilo que já temos aqui. Apresentamos uma parte daquilo que os nossos colegas fazem, que nós fazemos, mas foi um prazer estar aqui e ver tudo o que os colegas também fazem. Dentro da Inteligência Artificial temos vários projetos, temos estado já a trabalhar com várias plataformas e, no próximo ano, estamos a pensar, dentro do nosso tema geral, trabalhar com o máximo possível de ferramentas. Já temos muitas planificações feitas dentro desta área que vão ser aplicadas no próximo ano letivo. É o nosso grande projeto”, finalizou Teresa Kufer.
Fontes indicam que a Rede EPE-Suíça cobre um total de 24 cantões suíços e o Liechtenstein, com escolas que oferecem cursos de Língua e Cultura Portuguesas. ■