Macaronésia pode ser chave na política externa da União Europeia, afirma Artur Lima

Durante visita oficial a Cabo Verde, vice-presidente dos Açores defendeu maior cooperação entre os arquipélagos atlânticos e alertou para riscos no futuro orçamento europeu

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O vice-presidente do Governo dos Açores, Artur Lima, participou de um encontro com autoridades cabo-verdianas na Cidade da Praia. Foto: VPGR
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A Macaronésia, que reúne Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde, pode desempenhar um papel decisivo na política externa da União Europeia, afirmou o vice-presidente do Governo dos Açores, Artur Lima, durante visita oficial a Cabo Verde, na sexta-feira, 12 de setembro.

Na Cidade da Praia, Lima reuniu-se com o primeiro-ministro, o vice-primeiro-ministro e os ministros das Finanças e da Economia Digital de Cabo Verde, em encontros centrados na cooperação entre os arquipélagos atlânticos. O vice-presidente defendeu que a atuação conjunta é essencial para enfrentar desafios estratégicos em áreas como ciência e tecnologia, cibersegurança, segurança marítima e defesa.

Entre as propostas debatidas, esteve a criação de uma nova ligação aérea entre Cabo Verde e Boston, com escala na ilha Terceira, nos Açores, onde vive uma numerosa comunidade cabo-verdiana.

“O papel geoestratégico da Macaronésia é fundamental para as relações da Europa com a África, a América do Norte e a América do Sul”, disse Lima. Segundo ele, a região oferece à União Europeia uma “dimensão atlântica extraordinária” em setores que incluem segurança aérea e espacial.

A visita integrou as jornadas de apresentação de projetos aprovados pelo programa InterregMAC 2021-2027, que apoia a cooperação entre Madeira, Açores e Canárias. Dos 135 projetos aprovados, os Açores participam em 22, sendo 21 deles em parceria direta com instituições cabo-verdianas. O projeto estratégico ATLANTE, que visa reforçar laços entre regiões europeias e africanas, foi um dos destaques.

Lima também ressaltou os vínculos históricos entre os arquipélagos, lembrando a celebração dos 50 anos da independência de Cabo Verde, em 1975, realizada em Angra do Heroísmo.

Ao final da visita, o vice-presidente criticou a proposta do próximo Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia (2028-2034), que, segundo ele, pode trazer perdas significativas para as Regiões Ultraperiféricas. “É inaceitável que se sacrifique as Regiões Ultraperiféricas. Não aceitaremos essa posição”, declarou. ■

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