Durante evento em homenagem ao 203.º aniversário da Independência brasileira, o embaixador do Brasil em Lisboa, Raimundo Carreiro, recordou, dia 11 de setembro, o percurso feito em Portugal no último ano e valorizou a presença dos brasileiros no país.
“Desde a nossa última celebração em 2024, tive a oportunidade de percorrer Portugal de norte a sul. Em todos esses locais, encontrei brasileiras e brasileiros aportando a sua contribuição para a sociedade portuguesa nos mais diferentes setores, como trabalhadores, empreendedores, professores, pesquisadores, artistas, profissionais da saúde e da cultura”, afirmou o diplomata nos jardins da sua residência oficial.
Carreiro destacou ainda o peso da diáspora científica e o papel crescente da cooperação académica.
“Recentemente, a embaixada conduziu o mapeamento da diáspora científica brasileira em Portugal. Esse estudo nos permitiu conhecer melhor as contribuições, mas também os desafios dos pesquisadores e académicos brasileiros que atuam aqui, em especial das cientistas brasileiras mulheres, que são uma parcela significativa dessa diáspora”, observou o embaixador.
“Belém representa um Brasil que dialoga com a floresta, com os povos indígenas e as comunidades tradicionais”
Ao abordar os indicadores de turismo e mobilidade, este responsável reforçou a proximidade entre os dois países.
“No primeiro semestre de 2025, tivemos um crescimento de 48% no número de visitantes estrangeiros no Brasil, a maior da série histórica nesse período. Os portugueses têm contribuído muito para esse desempenho positivo. Somente entre janeiro e julho deste ano, mais de 142 mil turistas portugueses escolheram o Brasil como seu destino”, sublinhou.
O discurso, no entanto, ganhou dimensão global ao entrar no tema das alterações climáticas e da realização da COP30.
“Pela primeira vez na história, a COP30 vai ocorrer na maior floresta tropical do mundo, a Amazónia. A escolha de Belém no coração da floresta amazónica como sede da COP30 é altamente simbólica. Belém representa um Brasil que dialoga com a floresta, com os povos indígenas e as comunidades tradicionais e encontra soluções concretas a valorizar os saberes locais. O mundo precisa ir à Amazónia e a Amazónia tem muito a ensinar ao mundo”, ressaltou.
O representante brasileiro dirigiu-se diretamente ao corpo diplomático presente.
“Por isso, neste momento, eu me dirijo a todos os embaixadores aqui presentes para que recomende aos seus governos considerar, com carinho, o convite que o presidente Lula endereçou a cada um dos chefes de Estado e de governo para lá estar presente agora em novembro”, apelou este mesmo responsável.
Carreiro frisou que a conferência deve marcar uma viragem no esforço coletivo global.
“O governo do presidente Lula deseja que a COP30 seja um marco no combate às mudanças do clima, em prol de transições justas e inclusivas. É hora de a comunidade internacional demonstrar unidade e ambição redobrada na implementação dos compromissos assumidos no âmbito do Acordo de Paris”, concluiu o embaixador do Brasil em Lisboa. ■