Opinião: “A Ditadura da Felicidade”, por Sônia Crisóstomo

“É possível ser feliz sem seguir as trends?”

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Sônia Crisóstomo, empreendedora, escritora, Happiness and Wellbeing Coach e fundadora da plataforma Ponte360
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Nunca na história da humanidade falamos tanto sobre a felicidade, sobre o direito de sermos felizes, sobre saúde mental e, em contrapartida, nunca fomos tão expostos a desafios que nos direcionam a um caminho de uma suposta felicidade ditada por um grupo de influenciadores. 

Mesmo antes da COVID-19 já vínhamos tendo uma onda poderosa de opiniões encapsuladas em perfis de redes sociais que amealham milhares, senão milhões de seguidores. As opiniões dos influencers sobre moda, comportamento, aparência e estilo de vida impactam e implantam no subconsciente das pessoas o desejo de posses que passam a consumir e minar a sua tranquilidade. Vendem-nos uma felicidade desafiadora, com componentes que, através de uma excelente estratégia de marketing, passamos a mais que desejar, a necessitar ser igual, ter igual.

O que significa ser feliz para você? Esta é, portanto, a primeira pergunta a se fazer na busca da felicidade o sob a compreensão de que, por ser subjetiva, a resposta pode ser diferente para cada pessoa. Para responder a esta pergunta é necessário que feche os seus olhos para o mundo externo e olhe para dentro de você mesmo, pois é lá no cerne das suas experiências de vida que reside a resposta. Alguns de nós buscamos a felicidade em aquisições financeiras: carros, casas, joias e bens. E, passada a euforia do momento, passados aqueles dois, três dias de pico de emoção, nos autorregulamos emocional e fisicamente e voltamos à nossa vida de incessantes buscas.

Qual foi a última vez que você se sentiu fantástico? A minha pergunta é sobre sentimento, sobre você sentir-se orgulhoso de quem você é e não sobre o que você tem. Pergunto mais uma vez: qual a foi a última vez que você se sentiu fantástico? Onde você estava? O que fazia? Com quem estava? Esses momentos de profundo impacto emocional positivo marcam as nossas memórias e nos dão algumas dicas sobre onde fica a estrada da felicidade. Encontre essa estrada e caminhe por ela observando cada detalhe, cada pessoa que encontra e que também é um caminheiro em busca de si mesmo.

A felicidade ditada, imposta e sugerida, causa angústia, gastos desnecessários, frustrações e afasta-lhe daquele caminho que você seguia pacificamente enquanto ouvia as suas próprias vontades, os seus próprios desejos, o que faz sentido única e exclusivamente para você. Seja consistente e persistente nas suas verdades e vontades reais, pois o tempo hoje deve ser de liberdade para ser feliz, cada um à sua maneira. ■

Sônia Crisóstomo

Sônia Crisóstomo, empreendedora, escritora, Happiness and Wellbeing Coach e fundadora da plataforma Ponte360

https://ponte360.com/

 

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2 COMENTÁRIOS

  1. Assunto super relevante e reflexão assertiva sobre o que nos faz se sentir feliz.
    Quero destacar em especial “ Vendem-nos uma felicidade desafiadora, com componentes que, através de uma excelente estratégia de marketing, passamos a mais que desejar, a necessitar ser igual, ter igual”, essa análise me fez refletir sobre a importância da Autoimagem para sermos felizes de verdade.
    Infelizmente esta tudo muito desconectado, superficial e essa falta de autenticidade em ser o que diz ser acredito que faz as pessoas se sentirem perdidas, desconectadas de quem são e a pergunta é … como ser feliz se saber quem você é de verdade?

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