Opinião: “O envenenamento por Metanol, erro ou distração?”, por João Carlos Farrapa

“Qual a posição do “senhor” vinho?”

0
28
João Carlos Farrapa, Petit Sommelier, empresário, apresentador do programa “Uvas e Personalidades”
- Publicidade -

Tem se observado e, conforme o Ministério da Saúde do Brasil, foi no fim de agosto que aconteceram os primeiros casos deste tipo de problema.

No final de setembro, já o problema era de conhecimento nacionalmente, depois que os médicos de São Paulo, de diferentes hospitais, comentavam os diversos sinais muito semelhantes aos de intoxicação por metanol: náusea, dor abdominal, tontura, dor de cabeça, visão turva, cegueira, convulsão, dano ao cérebro e até morte.

O problema pode se agravar quando o consumidor confunde os sintomas com uma ressaca.

Ainda não existe uma linha de investigação certeira a respeito das origens desta anomalia.

Já foi cogitado desde o envolvimento criminoso, contaminação pelo uso da substância durante o processo de lavagem dos vasilhames, até a contaminação provocada por grande distribuidora que comercializa produtos em todo o Brasil, mas, até ao momento, mantém-se a questão principal, do possível erro na origem de concepção do produto na sua origem, visto que o processo de separação do Metanol e do Etanol é somente de 1º (um grau) no processo químico da produção.

A apreensão de garrafas, bares fechados em São Paulo e investigações estão em processo de desenvolvimento para achar a origem, mas, no entanto, o Ministério da Saúde brasileiro já providenciou a importação de 2.500 unidades do antídoto, Fomepizol, de fabricante japonês.

Podemos pensar então, se é feito, por exemplo, uma cachaça, os fabricantes de cachaça já sabem que a primeira parte da destilação deve ser descartada porque tem metanol, mas se por acaso a bebida que está sendo examinada teve esse metanol residual do processo de fabricação, é possível identificar essa anomalia?

Existe hoje um comércio ilegal de garrafas de bebidas.

Então, um cliente que compra uma bebida original, após o seu consumo, descarta a garrafa no lixo, da forma que ela veio, muitas vezes coloca até a tampa.

Quando é descartada dessa forma, cria-se a oportunidade para um falsificador criar o principal insumo para ele.

Já é comprovado no mundo do vinho que esse processo a ser utilizado com garrafas de rótulos demarcados e de valor acrescido neste “metier”, registra exemplos de compra nos mercados paralelos de rótulos da Romanée Conti, vazios, por 500 Dólares, cada unidade.

Aparentemente, não existe uma bebida totalmente segura, mas cerveja e vinho apresentam menor chance de contaminação com metanol. ■

João Carlos Farrapa

Petit Sommelier, empresário, apresentador do programa “Uvas e Personalidades”

noicaron@hotmail.com

- Publicidade -

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.