Quando ouvimos a expressão D.O.C., relacionamos diretamente Denominação de Origem Controlada, mas não reconhecemos o “autor” dessa identificação que corre o mundo, das mais diversas formas, de acordo com o idioma.
Após conflitos comerciais entre a França e Inglaterra, e o corte de fornecimento do Xerez francês para a Inglaterra, este, por sua vez, viu-se sem esse destilado tão requisitado na época, e sem a existência de uma referência nacional nesse campo, procura outras opções em outros países.
A existência de investidores ingleses no Norte de Portugal, na produção do Vinho do Porto, já era conhecida e valorizava a economia nacional, na época, e a súbita compensação que o mundo pediu, fez com que houvesse uma produção desmesurada e ilegal.
Ao reconhecer que seria necessária uma referência de qualidade e de reconhecimento do produto nacional, o Marquês de Pombal impôs uma lei e uma nomenclatura, que fosse reconhecida e que valorizasse os produtores locais, com uma identificação própria e que se tornou atemporal, o D.O.C.
Mais um testemunho atemporal e de qualidade, e da engenhosa mente portuguesa, que também se tornou uma “digital” discreta na atualidade. ■
João Carlos Farrapa
Petit Sommelier, empresário, apresentador do programa “Uvas e Personalidades”
noicaron@hotmail.com