Português Valter Hugo Mãe é o grande homenageado do 3.º Fliparacatu

Festival Literário Internacional reúne, em Minas Gerais, mais de 60 autores e propõe debate sobre “Literatura, Encruzilhada e a Desumanização”, na última semana de agosto

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Valter Hugo Mãe, autor português. Foto: Lucília Monteiro
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De 27 a 31 de agosto, Paracatu, no noroeste de Minas Gerais, Brasil, volta a afirmar-se como território da palavra com a realização da terceira edição do Festival Literário Internacional (Fliparacatu). Este ano, o evento elege o escritor português Valter Hugo Mãe como autor homenageado, destacando a sua obra no eixo central da programação. O romance “A Desumanização” será debatido em diferentes momentos do festival, atravessando a temática escolhida para esta edição: “Literatura, Encruzilhada e a Desumanização”.

Segundo Afonso Borges, idealizador do evento, “a humanidade está diante de uma encruzilhada, com muitos caminhos que desviam do essencial. Esta encruzilhada impõe a ética como única direção possível”. Para este responsável, o Fliparacatu “reafirma o compromisso com a diversidade, a transformação social e a valorização do livro como instrumento de pensamento crítico”.

Já para Jeferson Tenório, curador do festival, “falar em desumanização significa reconhecer que a subjetividade e os efeitos da colonização continuam presentes”. A literatura de Valter Hugo Mãe, afirma, oferece “um olhar poético sobre a vida” e aponta caminhos para reconstruir a humanidade. A sua presença reafirma o lugar da literatura como espaço de escuta, de resistência e de vínculo.

Também homenageada nesta edição, a escritora mineira Ana Maria Gonçalves terá a sua obra amplamente discutida. Autora de “Um Defeito de Cor”, aclamado romance publicado em 2006 e vencedor do Prémio Casa de las Américas, a autora junta-se ao português Valter Hugo Mãe num encontro simbólico entre o Brasil e Portugal, em torno de temas universais como identidade, memória, opressão e resistência.

Com mais de 60 autores confirmados, entre os quais Carla Madeira, Marcelino Freire, Eugênio Bucci, Míriam Leitão, Ricardo Aleixo, Jeferson Tenório, Eliana Alves Cruz, Afonso Borges, Sérgio Rodrigues e Zeca Camargo, o Fliparacatu propõe uma programação “vasta, gratuita e acessível”, com transmissão ‘online’ pelo canal oficial do festival.

Experiências e literatura

Entre mesas literárias, apresentações musicais, oficinas, exposições e experiências formativas, o evento ainda acolhe o projeto “Fliparacatu da Gente”, espaço voltado à economia criativa local, e mantém iniciativas como a Maratona de Leitura e o projeto “Pão e Poesia”. Destaque ainda para a palestra cénico-literária do ator Odilon Esteves e para a estreia do “Flicast”, podcast comandado por Gustavo Ziller, que documentará os bastidores e reflexões do festival.

O Fliparacatu contará ainda com o Prémio de Redação e Desenho, que mobiliza estudantes de escolas públicas e privadas de Paracatu, “incentivando a reflexão e a expressão criativa” a partir do tema proposto pelo festival.

Com curadoria de Bianca Santana, Jeferson Tenório e Sergio Abranches, o evento tem lugar em diversos locais do Centro Histórico da cidade, em especial na praça onde se localiza a Igreja Nossa Senhora do Rosário.

Realizado com patrocínio da Kinross, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, o Fliparacatu conta com o apoio da Prefeitura de Paracatu, da Academia de Letras do Noroeste de Minas e de diversas entidades culturais. Em 2025, o festival consolida-se como espaço de diálogo entre autores e leitores, propondo à literatura o papel de provocar, conectar e transformar.

A programação do festival pode ser consultada em: www.fliparacatu.com.br

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