Presidente da Fiocruz reúne com ministros portugueses e amplia parcerias com instituições científicas lusas

Visita a Portugal decorreu de 27 de abril a 4 de maio

0
638
Nísia Trindade Lima durante reuniões para aproximar Brasil e Portugal
- Publicidade -

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Brasil, Nísia Trindade Lima, visitou Portugal de 27 de abril a 4 de maio, com o objetivo de “ampliar e estruturar a cooperação interinstitucional da Fundação com instituições de Ciência e Tecnologia do país”. A agenda contemplou encontros e assinaturas de acordo de cooperação e protocolos com instituições portuguesas, como a Universidade de Aveiro e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa), assim como visitas aos ministros da Saúde, Marta Temido; dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho; e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato; além da Diretora Geral da Saúde, Graça Freitas.

Nísia Trindade Lima começou a sua visita pela Universidade de Aveiro, no dia 27, onde foi assinado um adendo ao Protocolo de Colaboração entre as duas instituições. Juntas, Fiocruz e a Universidade de Aveiro desenvolvem projetos como a Plataforma Internacional para Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde. A assinatura contou com as presenças de representantes do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz). Nesta mesma universidade, a presidente da Fiocruz foi recebida pelo reitor Paulo Jorge Ferreira, professor catedrático de Engenharia Electrónica. À tarde, Nísia visitou a Unidade de Investigação, o Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos da Universidade de Aveiro (CICECO) e o Instituto de Biomedicina (IBIMED). Ainda durante a tarde, Nísia Trindade Lima conheceu o PCI – Creative Science Park.

No dia seguinte, 28, esta presidente e a sua comitiva visitaram o Projeto “Capacete” Ventiladores ERclever, desenvolvido pelo Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA), em Matosinhos. Na mesma ocasião, foi realizada uma reunião de trabalho com CeiiA, 4Life LAB (laboratório colaborativo de dispositivos e sistemas para emergências médicas). À tarde, o grupo visitou o Hospital Universitário de São João, no Porto, onde foram recebidos por Fernando Araújo, presidente do Conselho de Administração do hospital, e as obras do heliporto e espaço 4Life LAB. Em seguida, houve uma demonstração do projeto do Hub de mobilidade para situações de Emergência Médica.

Agenda diplomática em Lisboa

No dia 29, a comitiva da Fiocruz seguiu para a Universidade do Minho, em Braga, onde se reuniu com o professor Eloy Rodrigues. Na parte da tarde, Nísia Trindade Lima seguiu para Lisboa, onde se reuniu com a diretora geral da Saúde de Portugal, Graça Freitas.

No dia 2 de maio, Nísia Trindade Lima visitou a Escola Nacional de Saúde Pública e, em seguida, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, onde foi recebida pelo presidente desse órgão, Fernando de Almeida. No Instituto, foi assinado o Acordo para o Desenvolvimento de Cooperação Internacional em Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, com a presença do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales. O acordo tem o intuito de “propor ações científicas e tecnológicas conjuntas no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)”.

Durante a viagem, decorreu também uma agenda ministerial, quando a comitiva da Fiocruz foi recebida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.

No dia 3, Nísia Trindade Lima reuniu-se com a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, professora Elvira Fortunato. Em seguida, seguiu para o Ministério da Saúde, onde almoçaram com a ministra Marta Temido.

Dentre os temas discutidos com os ministros portugueses estiveram a “ampliação da cooperação interinstitucional; o fortalecimento da capacidade científica e tecnológica com vistas à partilha de dados para a vigilância epidemiológica, assim como para a preparação diante de possíveis emergências sanitárias; e o aperfeiçoamento dos mecanismos de intercâmbio de pesquisadores e estudantes”.

A viagem terminou no dia 4 de maio com uma visita ao escritório da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em Lisboa, onde a presidente da Fiocruz se reuniu com o diretor de cooperação da CPLP, Manuel Clarote Lapão.

Cooperação com instituições portuguesas

Nascida em 1900, com a criação do Instituto Soroterápico Federal para o fabrico de soros e vacinas contra a peste bubônica, a Fiocruz tem por missão “promover a saúde e o desenvolvimento social, gerar e difundir conhecimento científico e tecnológico”. Estes são os conceitos que pautam a atuação da Fundação, vinculada ao Ministério da Saúde brasileiro, e que hoje é a “maior referência na América Latina no que toca à investigação em Saúde.

Atualmente, a Fiocruz abrange um “ecossistema de saúde” que vai da pesquisa básica à produção de vacinas e medicamentos, passando pela assistência médica e vigilância genómica. A Fundação está representada em 11 estados brasileiros e estabeleceu inúmeros acordos de cooperação internacional.

A Fiocruz guarda semelhança de trajetória com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa), fundado em 1899. O Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) surgiu logo depois, em 1902. Hoje, estas três instituições são observadoras consultivas para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Essas cooperações iniciais continuaram, e várias outras com instituições universitárias portuguesas foram sendo construídas.

As colaborações tornaram-se ainda mais ativas no século XXI, ganhando novas dimensões, tanto bilaterais como no âmbito da CPLP, como na Rede de Institutos de Saúde Pública (Rinsp-CPLP), no qual a Fundação exerce a secretaria-executiva, e no âmbito ibero-americano. Segundo apurámos, também têm destaque outras iniciativas como o Projeto Luci, que envolve as universidades de Coimbra, Nova de Lisboa e Paris 8, vinculado a uma “visão de desenvolvimento de territórios saudáveis e sustentáveis”; e a Plataforma Internacional para Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (Pictis), em colaboração com a Universidade de Aveiro, e que foi tema de seminário promovido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em setembro de 2021.

Além da sua presidente, a comitiva da Fiocruz que se deslocou a Portugal foi composta pelo vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional, Mario Moreira, e pelo assessor do Centro de Relações Internacionais em Saúde (CRIS/Fiocruz) para Países de Língua Portuguesa, Félix Rosenberg. ∎

- Publicidade -

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui