
O programa “Rotas do Café de São Paulo”, criado pelo Governo de São Paulo, no Brasil, para impulsionar o desenvolvimento regional e o turismo gastronómico, que reúne cinco rotas, além de destinos e vivências ligadas à tradição e à cultura cafeeira em diversas regiões paulistas, foi lançado no dia 8 de abril, no Palácio dos Bandeirantes. A expetativa é que a “geração de emprego no setor seja potencializada, inclusive em áreas de comércio e serviço indiretamente beneficiadas”.
Os organizadores divulgaram que a “iniciativa reuniu 57 atrativos turísticos ligados ao grão em 25 municípios paulistas, resultando em cinco rotas inéditas, além de destinos cafeeiros independentes. Entre as atrações turísticas estão fazendas de antigos barões do café, museus históricos, cafés premiados internacionalmente e centros de pesquisa abertos à visitação”.
O projeto foi criado para “integrar produtores, cooperativas, indústrias e consumidores, estimulando a criação de novas empresas e o fortalecimento do comércio e serviço local, incluindo a rede hoteleira”.
Este movimento teve o propósito de “consolidar São Paulo como um destino turístico e comercial de referência no setor cafeeiro, que foi responsável por R$ 5 mil milhões, cerca de 833 milhões de euro, do valor da produção agropecuária paulista (VPA) em 2024, ocupando o sétimo lugar entre os 50 produtos agro com melhor desempenho na economia do Estado”, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta).
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou, durante a abertura do encontro, que “o lançamento tem significado histórico”, já que “São Paulo desenvolveu-se às margens dos trilhos dos comboios que chegavam ao Interior para levar o café até o Porto de Santos. Dali nasceram as ferrovias e as cidades ao redor delas. Celebrar as Rotas do Café é celebrar a história do estado de São Paulo e a aliança entre produtores, indústrias e cooperativas para contar essa história e mostrar que São Paulo tem o melhor café do Brasil”.
Este governante considerou ainda que “estamos muito focados no desenvolvimento das nossas vocações para fomentar e desenvolver os arranjos e cadeias produtivas para ganhar eficiência do ponto de vista logístico, diminuir a burocracia e tornar o estado mais digital”.
Dados de janeiro de 2025 do Caged, divulgados pelos organizadores, mostram que “São Paulo conta com mais de 12 mil profissionais empregados no cultivo e mais de 1,1 mil no comércio atacadista de café em grão no Estado”.
Pesquisa Agrícola Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado “é o terceiro maior produtor de café arábica do Brasil e o oitavo maior produtor do mundo, totalizando 307,2 mil toneladas produzidas em 2023”. Neste mesmo ano, “a produção de café paulista gerou R$ 7,2 mil milhões, cerca 1,2 mil milhões de euros, contribuindo significativamente para a economia estadual”.
Segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), “cerca de 300 novas cafetarias especializadas foram abertas na capital, região metropolitana e no interior paulista desde 2022, período marcado como pós-pandemia”. O Estado “também concentra cerca de 40% das indústrias de torrefação do Brasil, sendo um centro vital de distribuição e comercialização de café no mercado interno e externo”.
Outro dado importante é que o Estado de São Paulo é o que mais consome o grão no Brasil e, segundo o Sebrae, “impulsiona o turismo rural, um dos segmentos turísticos mais pujantes do interior paulista”. Na capital, “são consumidas cerca de 25 milhões de xícaras por dia em padarias, mercados, restaurantes e em estabelecimentos como o Cupping Café, eleito uma das cem melhores cafeterias do mundo na lista da publicação The World’s 100 Best Coffee Shops”.
Durante o evento foi apresentado “os primeiros resultados do Programa Estadual de Incentivo ao Cultivo de coffea canephora, iniciativa da Secretaria de Abastecimento e Agricultura para resgatar a ‘economia cafeeira’ em regiões que já foram referência na produção do grão, como no centro-oeste, oeste e noroeste paulista”.
Devido a uma parceria com a iniciativa privada, “o programa deve beneficiar 20 mil produtores e movimentar milhões de reais de recursos privados para a infraestrutura produtiva”.
O secretário executivo de Agricultura e Abastecimento, Edson Fernandes, disse que a “iniciativa é uma estratégia do governo paulista para impulsionar a economia cafeeira de São Paulo novamente. A Secretaria de Agricultura apresenta a importância de variedades resistentes do café canephora, desenvolvidas pela Pasta, para a resiliência hídrica”.
O evento, que terminou dia 17, também inaugurou a exposição “O Feminino no Café: 1870–1930”.
Um evento que marcou uma parceria da Casa Civil com as secretarias de Turismo e Viagens (Setur), Economia e Indústria Criativas (Secult), Agricultura e Abastecimento (SAA), Desenvolvimento Económico (SDE), da InvestSP, ligada à SDE, e do Museu do Café, de Santos. ■