
A quinta edição do Festival Literário Internacional de Itabira (Flitabira), com o tema “Literatura, Encruzilhada e a Rosa do Povo”, teve como principal homenageada a líder do Quilombo Morro Santo Antônio, a itabirana Dona Rosinha. Ela estreou na literatura aos 66 anos com o livro “Memórias do Meu Quilombo”, lançado no evento. Os escritores Ana Maria Machado, Conceição Evaristo, Ignácio de Loyola Brandão e Milton Hatoum também foram agraciados.
Patrocinado pela Vale, por meio da Lei Rouanet do Ministério da Cultura e com o apoio da Prefeitura de Itabira, Minas Gerais, o evento foi realizado no Teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), de 29 de outubro a 2 de novembro. Cerca de 30 mil pessoas compareceram e puderam aproveitar as atividades gratuitas: debates literários, lançamentos de livros, contação de histórias para crianças, apresentações musicais, teatrais e oficinas.
O festival também promoveu, sob o tema “A literatura na encruzilhada – O valor do livro e do escritor na vida de um país”, o Prêmio de Redação e Desenho, voltado para 35 escolas de Itabira, abrangendo cerca de 12 mil estudantes, o que representa 68% de toda a rede escolar. Ao todo, foram 41 desenhos inscritos e 40 redações. As atividades propostas foram leitura, escrita e criação artística.
A organização afirmou que o prêmio reforça o compromisso “em valorizar a produção literária e artística das novas gerações, incentivando a imaginação e o protagonismo dos estudantes como parte essencial do futuro cultural da cidade”.
De acordo com a organização, a presença recorde de público gerou empregos e proporcionou visibilidade à cidade onde nasceu o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902–1987). Para incentivar o empreendedorismo local, foi criado o “Flitabira da Gente”, um espaço que contemplou seis empreendimentos, além de food trucks.
A Livraria do Festival comercializou quase 3.000 exemplares. Todos os autores participantes inscreveram-se espontaneamente. Ao fim de cada palestra, eles dirigiam-se à “Estação dos Autógrafos”, onde mais de 100 escritores lançavam os seus livros. As vendas não geraram cobrança de taxa ou comissão. Segundo a organização, isso “fortaleceu o protagonismo dos autores independentes”.
Outra atração apresentada foi a mostra “Oriará – Arte e Educação em Movimento”, realizada no hall de entrada da FCCDA. Promovida pelo Memorial Minas Gerais Vale, a exposição de obras de artistas negros e indígenas de diferentes regiões de Minas Gerais propôs ao público uma reflexão sobre temas como oralidade, território, linguagem, tecnologias e formas de bem viver.
Criado em 2021 pelo empreendedor cultural Afonso Borges, a curadoria foi assinada por ele juntamente com Sérgio Abranches, Bianca Santana, Jeferson Tenório, Leo Cunha e Carol Peixoto. A realização do evento envolveu 90 profissionais diretos nas áreas de comunicação, produção, segurança e limpeza. ■




