Tragédia em Lisboa: Descarrilamento do elevador da Glória provoca 15 mortos

Acidente, ocorrido hoje ao final da tarde na capital portuguesa, provocou ainda 18 feridos, dos quais cinco em estado grave e 13 ligeiros

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Foto: MIGUEL A. LOPES/LUSA
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A Carris lamentou a existência de vítimas no descarrilamento do elevador da Glória, em Lisboa, Portugal, que fez hoje 15 mortos e 18 feridos, e fez saber que abriu um inquérito para apurar as causas do acidente.

“Na sequência do acidente ocorrido esta tarde com o ascensor da Glória, a Carris lamenta a existência de vítimas e está a acompanhar a situação”, revelou a empresa que gere o elevado da Glória numa nota enviada à imprensa.

A Carris disse ainda que “foram realizados e respeitados todos os protocolos de manutenção” e que a última inspeção foi realizada no ano passado.

De acordo com a empresa, a manutenção geral, que ocorre a cada quatro anos, teve lugar em 2022 e a última reparação intercalar, concretizada a cada dois anos, foi feita em 2024.

“Têm sido escrupulosamente cumpridos os programas de manutenção mensal, semanal e a inspeção diária”, afirmou.

A empresa disse ainda que “abriu de imediato um inquérito em conjunto com as autoridades para apurar as reais causa deste acidente”.

O elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou esta quarta-feira, pelas 18:04, na Calçada da Glória.

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) anunciou que o acidente provocou 15 mortos e 18 feridos, dos quais cinco em estado grave e 13 ligeiros.

O Governo decretou um dia de luto nacional, nesta quinta-feira.

O elevador da Glória é gerido pela Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.

Governo decreta um dia de luto nacional na quinta-feira

O Governo decretou um dia de luto nacional, que será cumprido na quinta-feira, disse hoje à Lusa fonte do gabinete do primeiro-ministro.

“Um trágico acidente ocorrido com o Ascensor da Glória, no concelho de Lisboa, no dia 03 de setembro de 2025, provocou a perda irreparável de vidas humanas, que enlutou as respetivas famílias e consternou o País. O Governo decide declarar um dia de luto nacional, como manifestação de pesar e solidariedade do povo português. Assim: É declarado o luto nacional no dia 04 de setembro de 2025″, refere o decreto hoje aprovado pelo Conselho de Ministros.

De acordo com fonte do gabinete do primeiro-ministro, Luís Montenegro cancelou parte da agenda de quinta-feira, mantendo apenas a reunião do Conselho de Ministros e a participação, por videoconferência, no encontro de líderes da Coligação de Boa Vontade, sobre a Ucrânia.

Por seu turno, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lamentou hoje o descarrilamento do elevador da Glória, em Lisboa, que provocou mortos, endereçando os seus sentimentos às famílias das vítimas.

Foto: MIGUEL A. LOPES/LUSA

“É com tristeza que tomei conhecimento do descarrilamento do famoso “Elevador da Glória”. Os meus sentimentos com as famílias das vítimas”, pode ler-se numa nota em português na rede social X.

“Europa está solidária com vítimas e famílias”

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, sublinhou hoje que a Europa está solidária com os familiares e as vítimas do acidente.

“Os nossos corações estão com as pessoas atingidas pela tragédia do Elevador da Glória, uma referência para os lisboetas e visitantes do mundo inteiro”, frisou Metsola, numa mensagem na rede social X em português onde desejou “uma rápida recuperação aos feridos”.

A política maltesa frisou ainda que “a Europa está solidária com as vítimas, os seus entes queridos, e toda a comunidade em Lisboa”.

Carlos Moedas diz que Lisboa “está de luto”

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa afirmou hoje que a cidade “está de luto” após o descarrilamento do elevador da Glória, sublinhando que “há vítimas mortais”, mas neste momento não é possível confirmar o número de mortos.

“Lisboa está de luto e é um momento trágico para a nossa cidade”, declarou Carlos Moedas, falando no local cerca das 20:10 e adiantando que todas as equipas de socorro estão a dar resposta a este acidente.

O autarca de Lisboa disse ainda que está “em contacto com o Presidente da República, com o primeiro-ministro e com todo o Governo”, referindo que este é “um momento de tragédia que nunca tinha acontecido” na capital.

“Posso confirmar que há vítimas mortais e queria deixar aqui os meus sentimentos [às famílias das vítimas]. Obviamente, não podemos, neste momento, não podemos confirmar o número [de mortos], isso será confirmado oportunamente”, expôs.

Carlos Moedas sublinhou que todas as equipas da Câmara Municipal, do INEM, da Proteção Civil e dos bombeiros estão no terreno “a tentar aqui socorrer as vítimas deste trágico, trágico, acidente para a cidade de Lisboa”.

O autarca disse ainda que o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa recebeu o alerta pelas 18:08 e às 18:11 estava no local, afirmando que o socorro foi prestado “muito rapidamente”, com uma resposta “em poucos minutos”.

“Infelizmente, é gravíssimo. Aquilo que se passou aqui, obviamente, é um acidente que não deveria ter acontecido, mas oportunamente aqui estaremos para responder a todas as perguntas”, indicou Carlos Moedas.

Escusando-se a esclarecer questões sobre a atual segurança do elevador da Glória, o autarca remeteu esclarecimentos para mais tarde.

Na sequência deste acidente, Carlos Moedas cancelou toda a agenda prevista para quinta-feira.

Presidente português cancela Festa do Livro em Belém

O Presidente da República cancelou hoje a Festa do Livro no Palácio de Belém, que iria decorrer entre quinta-feira e domingo, devido ao acidente com o elevador da Glória, em Lisboa, que provocou vítimas mortais.

Segundo uma nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, a Festa do Livro “será marcada para data a fixar e em recinto fechado”, em acordo com a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL).

Na nota, refere-se que Marcelo Rebelo de Sousa decidiu cancelar esta iniciativa “em memória das vítimas mortais do gravíssimo acidente com o elevador da Glória, em Lisboa, e em solidariedade com as famílias enlutadas”.

“O Presidente da República, que já lamentou profundamente o acidente ocorrido esta tarde, reitera o seu pesar e solidariedade às Famílias afetadas por esta grande tragédia”, lê-se na mesma nota.

Trabalhadores da Carris apresentaram “queixas sucessivas”

Os trabalhadores da empresa municipal Carris, em Lisboa, apresentaram “queixas sucessivas” quanto à necessidade de manutenção dos elevadores, inclusive o da Glória que hoje descarrilou, afirmou Manuel Leal, dirigente sindical da Fectrans e do STRUP.

“Fundamentalmente, aquilo que nos parece sobre este acidente é que deve haver um inquérito rigoroso às suas causas […], deve haver este inquérito às causas profundas deste acidente, até porque os trabalhadores já vêm reportando de há muito tempo questões da necessidade da manutenção destes elevadores voltar à responsabilidade dos trabalhadores da Carris e não ser entregue a empresas exteriores, como é o caso concreto do elevador da Glória”, afirmou Manuel Leal, em declarações à agência Lusa.

Foto: MIGUEL A. LOPES/LUSA

Representante de todos os trabalhadores da Carris, o dirigente sindical da Fectrans – Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Transportes e Comunicações e do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP) lamentou profundamente as vítimas do descarrilamento do elevador da Glória, sem dispor de informação sobre a situação em que estará o guarda-freio.

“Os próprios trabalhadores iam reportando, de facto, estas diferenças em termos daquilo que a manutenção que há uns anos era feita pelos trabalhadores da Carris e as diferenças para a manutenção que é feita hoje, nomeadamente com queixas sucessivas dos trabalhadores que lá laboram quanto ao nível de tensão dos cabos de sustentação destes elevadores”, adiantou.

Na perspetiva de Manuel Leal, o descarrilamento do elevador da Glória, “lamentavelmente, […] veio dar razão a estas queixas dos próprios trabalhadores e deve levar o Conselho de Administração, perante um inquérito rigoroso a estas causas, a reequacionar a entrega a privados desta manutenção”, fazendo com que a manutenção volte à responsabilidade da qualidade com que os trabalhadores das oficinas da Carris têm sempre colocado na manutenção do material circulante. ■

Agência Incomparáveis, com Lusa

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