Portugal: Incêndios já consumiram quase 42 mil hectares

Número é oito vezes maior do que em 2024; Apesar de a maioria dos fogos ainda estarem a ser investigados, dados indicam que 19% das ocorrências de incêndio tiveram como causa o uso do fogo e 14%, o incendiarismo

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Um popular observa um incêndio perto da Aldeia de Galegos da Serra no concelho de Vila Real, 5 de agosto de 2025. Cinco reativações no incêndio de Vila Real registaram-se hoje à tarde, com o de Galegos da Serra a causar mais preocupações por se aproximar da aldeia onde foi feito o confinamento da população. PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA
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As estatísticas do SGIFR, da responsabilidade da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), dão conta que desde 01 de janeiro registraram-se 5.211 incêndios que provocaram 41.644 hectares de área ardida.

O portal do SGIFR avança que 72% da área ardida e 53% dos fogos deste ano verificaram-se na região Norte de Portugal, onde os incêndios têm ocorrido com mais intensidade na última semana nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real e Porto.

Segundo o portal, mais de metade da área foi consumida pelas chamas desde 26 de julho.

Em comparação com o mesmo período de 2024, o número de incêndios quase duplicou este ano e a área ardida é oito vezes maior. Em 2024, até 05 de agosto tinham ardido 4.671 hectares e este ano ardeu 41.644 hectares.

No entanto, o total da área ardida em 2024 foi de 147.000 hectares, dois quais 135.000 arderam em apenas seis dias, nos fogos de setembro.

Na última década, os números da área ardida, referentes a 05 de agosto, só tinham sido superiores em 2017 (147.953) e em 2022 (62.734).

Depois do Norte, com um total de 2.864 fogos e 30.002 hectares de área ardida, a região do Alentejo é a segunda com maior aérea ardida (7.079 hectares), seguida do Centro (4.033 hectares), Lisboa e Vale do Tejo (503 hectares) e Algarve (27).

Na região Centro ocorreram 792 incêndios rurais, 861 na região de Lisboa e Vale do Tejo, 510 no Alentejo e 184 no Algarve.

Apesar de a maioria dos fogos ainda estarem a ser investigados, os dados indicam que 19% das ocorrências de incêndio tiveram como causa o uso do fogo e 14% o incendiarismo.

Segundo as estatísticas do SGIFR, 14% dos fogos ocorreram este ano em dias de risco ‘muito elevado’ de incêndio, 5% em dias de risco ‘máximo’ e 50% em dias de risco ‘baixo’. Também foi quando o risco esteve mais baixo que as chamas consumiram mais área ardida (86%).

Portugal continental está, desde domingo e até quinta-feira, em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio.

Situação

A Proteção Civil registou hoje, até às 17:00, 69 incêndios rurais, envolvendo 1.500 operacionais, 382 meios terrestres e 95 missões aéreas, e deverá reavaliar na quarta-feira o estado de alerta para os próximos dias.

Segundo Carlos Pereira, adjunto de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), das 69 ocorrências de incêndios rurais, 20 registaram-se “durante a noite, um número ainda significativo”.

O adjunto do Comando Nacional de Emergência e Proteção Civil, no ponto da situação realizado na sede da ANEPC, em Carnaxide (Oeiras), adiantou que hoje, até às 17:00, três ocorrências requeriam alguma “preocupação”, nomeadamente em Sirarelhos, concelho de Vila Real, Caçarilhe, em Celorico de Basto (distrito de Braga), e Barbeitos, Arcos de Valdevez (distrito de Viana do Castelo).

“Estas três ocorrências envolvem 727 operacionais, 257 veículos e 13 meios aéreos”, revelou Carlos Pereira, acrescentando que, no mesmo período, foram assistidas seis pessoas e um bombeiro foi retirado para uma unidade hospitalar “com ferimentos leves”.

Além das ocorrências em curso, até às 17:00 a ANEPC registou também 53 operações de resolução, conclusão e vigilância, envolvendo 962 operacionais, 287 veículos e quatro meios aéreos.

Desde domingo que o território continental está em estado de prontidão especial de nível três, com duração prevista até quinta-feira.

“As medidas que vão ser definidas para os próximos dias vamos fazer essa reavaliação no dia de amanhã [quarta-feira], com a informação meteorológica que vai ser disponibilizada”, reforçou.

Em consequência dos incêndios que lavram no território continental desde o fim de semana, o concelho de Ponte da Barca ativou o Plano Municipal de Proteção Civil.

O adjunto de operações da ANEPC concluiu aconselhando para que a população em zonas de risco de incêndio rural, além de evitar atividades proibidas no atual estado de alerta, “confie nas autoridades e siga as suas recomendações”. ■

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