Brasil: INPI distinguido durante evento internacional em Portugal

Autora do projeto vencedor, Sandra Caseira Cerqueira é coordenadora-geral de Recursos Humanos do INPI e defende ser necessário “cultivar o senso de equipa e conexão com o propósito institucional”

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INPI Brasil foi um dos vencedores do Prémio Follett 2025, na categoria “Sinergia”, com a iniciativa “Encontros de Integração RH/INPI: Um Estudo de Caso sobre a Estratégia de Pessoas que Constrói Sinergia e Propósito Institucional em um Contexto de Trabalho Híbrido”. Foto: Agência Incomparáveis
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O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) do Brasil foi um dos vencedores do Prémio Follett 2025, na categoria “Sinergia”, com a iniciativa “Encontros de Integração RH/INPI: Um Estudo de Caso sobre a Estratégia de Pessoas que Constrói Sinergia e Propósito Institucional num Contexto de Trabalho Híbrido”. A distinção foi entregue no último dia 26 de setembro na Covilhã, região Centro de Portugal, numa iniciativa que reuniu oradores internacionais na Universidade da Beira Interior (UBI). Um momento acompanhado presencialmente por Lara Pires, que atua no Escritório de Difusão Regional Centro-Oeste do INPI Brasil como Analista em Propriedade Industrial. O evento foi promovido pela ID Singular, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e com a própria UBI.

Sandra Caseira Cerqueira, autora do projeto, é a atual coordenadora-geral de Recursos Humanos do INPI, autarquia federal brasileira criada em 1970, com sede no Rio de Janeiro, e vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, sendo responsável pela aplicação das normas de propriedade industrial no Brasil, atua no registo de marcas, patentes, desenhos industriais, programas de computador e indicações geográficas, além de averbar contratos de franquia e transferência de tecnologia. O órgão também assessora o Governo em acordos internacionais sobre o tema. Um conjunto de ações que possibilita “fomentar a inovação e a competitividade”.

Graduada em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Economia, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e História, pela UERJ, além de possuir mestrado em Direito Público pela UERJ, Sandra revelou ter sido “emocionante ver a equipa da área de gestão de pessoas, na qual trabalho praticamente desde que ingressei na instituição, reconhecida pelo seu esforço e dedicação”.

Sandra Caseira Cerqueira, coordenadora-geral de Recursos Humanos do INPI. Foto: arquivo pessoal/divulgação

Em entrevista à nossa reportagem, Sandra Caseira Cerqueira, que está vinculada à entidade como Analista de Planeamento, Gestão e Infraestrutura em Propriedade Industrial, falou sobre o prémio, explicou o projeto que já está em execução na entidade e reforçou a ideia de que os “Encontros de Integração” são fundamentais para “promover transformações organizacionais significativas”.

Como recebeu a notícia da distinção do INPI, no âmbito do Prémio Follett, num congresso internacional em Portugal?

Ver o reconhecimento da instituição a qual pertenço num congresso internacional em Portugal que tratou da temática da gestão humanizada deixou-me com grande orgulho de fazer parte da história do INPI há mais de 15 anos. De modo especial, foi emocionante ver a equipa da área de gestão de pessoas, na qual trabalho praticamente desde que ingressei na instituição, reconhecida pelo seu esforço e dedicação. São colegas com os quais aprendi muito e cuja resiliência e força são fontes de inspiração. Por fim, destaco quão encorajador é receber um prémio que evidencia o legado de Mary Parker Follett para lideranças femininas e gestores contemporâneos que fomentam culturas organizacionais colaborativas e humanizadas.

Acima, assista ao momento em que é conhecido o vencedor da categoria “Sinergia”. Vídeo amador

Pode explicar o projeto assinado por você e qual o seu impacto no quotidiano laboral, corporativo e organizacional no INPI?

Cooperação, espírito inovador e valorização das pessoas são valores inscritos no Plano Estratégico 2023-2026 do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), autarquia federal brasileira criada pela Lei nº 5.648, de 11 de dezembro de 1970. Pessoas impulsionam organizações. Lideranças inspiram mudanças significativas engajando pessoas em um movimento de adesão ao propósito institucional. Daí a importância da gestão humanizada como força motriz do engajamento e da construção do senso de pertencimento e propósito com a missão, visão, valores e cultura organizacionais. Em março de 2023, inspirados nesses valores, iniciaram-se os Encontros de Integração da Coordenação-Geral de Recursos Humanos (CGRH/INPI) como forma de cultivar o senso de equipa e conexão com o propósito institucional. A área de gestão de pessoas acabara de ingressar no Programa de Gestão e Desempenho do INPI, programa que propicia formas de trabalho mais flexíveis, possibilitando que mais de 95% da equipa pudesse realizar as atividades laborais de casa integralmente ou, pelo menos, três vezes por semana. Passou-se de um regime em que todos trabalhavam no mesmo andar, presencialmente, com horário praticamente em comum, para um modelo mais flexível, híbrido, em que nem todos da equipa estariam presentes no escritório nos mesmos dias ou mesmo não estariam presentes nas dependências do INPI em nenhum dia da semana. Apesar de integrar a gestão humanizada de pessoas a partir de propiciar maior qualidade de vida, bem-estar e flexibilidade com o teletrabalho integral ou parcial, havia o risco de desconexão com redução do senso de equipa ou pertencimento institucional.

Sede do INPI no Rio de Janeiro. Foto: divulgação

O desafio era como permitir relações de trabalho mais flexíveis e geradoras de qualidade de vida sem permitir que os agentes públicos participantes do programa perdessem a conexão com a instituição e uns com os outros. Foi neste contexto que houve a decisão de criar esses Encontros de Integração, pelo menos uma vez por mês, de forma presencial, a fim manter o senso de equipa e a conexão com o propósito institucional. Atividades presenciais qualitativamente diferentes, em que, ao invés de realizar as rotinas laborais, a equipa pudesse interagir em capacitações ou projetos inovadores, colaborativos e conectados ao planeamento estratégico institucional. O primeiro projeto colaborativo realizado nos Encontros de Integração da CGRH foi a elaboração da Política de Gestão de Pessoas do INPI com base na metodologia disposta no Levantamento de Governança e Gestão do Tribunal de Contas da União (TCU) realizado em 2021. Assim, o foco dos Encontros de Integração da CGRH ocorridos entre março e maio de 2023 foram dedicados ao referido estudo dirigido e à elaboração da Política de Gestão de Pessoas do INPI que seria o primeiro passo na melhoria do planeamento em gestão de pessoas. Em decorrência, no final do primeiro semestre de 2023, a partir da publicação de portaria, o INPI já possuía a sua Política de Gestão de Pessoas, elaborada de forma participativa e integrada, atrelada ao planeamento estratégico institucional e com os atores envolvidos, os servidores e colaboradores da CGRH, com entendimento dos objetivos e metas que precisavam ser atingidos. No novo levantamento realizado pelo TCU em 2024, os resultados de governança e de gestão de pessoas apresentaram melhorias significativas: o iGovPessoas passou de 42,1% para 83,7% e o iGestPessoas de 31,1% para 71,2%, sendo que tais resultados ficaram acima da média das autarquias federais 65% (iGovPessoas) e 61% (iGestPessoas).

Quais os resultados atuais do projeto?

Integrar para gerar valor público e resultados estratégicos. Assim nasceram os Encontros de Integração da CGRH/INPI, que continuam até o presente momento. O sucesso da experiência fomentou o surgimento de outros encontros de integração em outras áreas, diretorias e até mesmo do próprio INPI que, em maio de 2025, realizou um evento presencial que reuniu mais de mil funcionários.

Por fim, na sua opinião, as ações propostas no projeto auxiliam no desenvolvimento de uma mentalidade direcionada para uma gestão humanizada e promovem transformações organizacionais, com foco no INPI?

Os Encontros de Integração geram sinergia, capaz de promover transformações organizacionais significativas, especialmente rumo a uma gestão de pessoas mais humanizada. O impacto transformador da iniciativa pode ainda ser verificado pela sua eficácia irradiadora na instituição. Diretorias, Coordenações-Gerais e outras unidades realizaram eventos de integração como forma humanizar a gestão e realizar o alinhamento com o propósito institucional.

Foto: Luís Cruz

Júlio César Moreira, presidente do INPI, e Tânia Lopes Ribeiro, diretora-executiva da instituição, em Encontro de Integração conjunto da Presidência e Diretoria Executiva realizado em 25 de novembro de 2024 “ressaltaram a importância dos encontros de diretorias para que os colegas possam se reencontrar, conversar, se atualizar sobre os acontecimentos das áreas e dar opiniões, promovendo integração das equipas e alinhando os objetivos institucionais”. Em 7 de maio de 2025, o INPI realizou evento de integração geral que reuniu cerca de mil servidores e colaboradores da instituição. ■

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