O governo do Alto Paraná deu aval positivo à proposta do presidente do Grupo Linz, Jonathan Roger Linzmeyer, tendo em vista a transformação da região fronteiriça paraguaia num ecossistema de inovação, capacitação profissional e governação corporativa.
O projeto da empresa brasileira assenta numa “abordagem sistémica” que tem como objetivo estabelecer um centro de inovação tecnológica destinado a todas as empresas, incluindo startups, que pretendam operar e/ou instalar-se no Paraguai, oferecendo-lhes capacitação profissional, formação de conselhos consultivos e apoio estratégico no comércio exterior.
“O estabelecimento do Grupo Linz aqui no Paraguai para um programa de inovação vai ser muito, mas muito, interessante, já que será uma proposta estratégica para justamente fortalecer o desenvolvimento económico e tecnológico aqui do Alto Paraná”, afirmou Esteban Wiens.
O secretário da Indústria e Comércio enfatizou ainda a importância da cooperação bilateral entre as regiões do Alto Paraná e de Santa Catarina, destacando que muitas empresas e indústrias catarinenses já se instalaram na região e não descartando a futura possibilidade de estabelecer formalmente “um acordo de cooperação” com o Estado de Santa Catarina.
Para Jonathan Linzmeyer, a expansão das empresas brasileiras para o Paraguai não significa uma “fuga” de Santa Catarina, mas sim uma consequência do seu processo de internacionalização. Este esforço tem sido apoiado ao longo das últimas duas décadas pela Fundação Empreender, um organismo que realiza missões empresariais que conectam os empreendedores de Santa Catarina a oportunidades internacionais.
“É fundamental esclarecer que não estamos a tirar empresas de Santa Catarina. O que fazemos é internacionalizar negócios, aproveitando as vantagens competitivas que cada região oferece”, explicou Linzmeyer, também Diretor das Relações Internacionais da Fundação Empreender.
Esta proposta surge no seguimento de estatísticas económicas da ApexBrasil que indicam que, em 2024, o comércio entre Brasil e Paraguai alcançou a marca histórica de 7,2 mil milhões de dólares americanos, com as exportações brasileiras a baterem recordes. O Brasil é também o principal destino das exportações paraguaias e o seu maior investidor estrangeiro, o que permite ao Paraguai prever um crescimento do PIB de 5,3% para 2025.
Embora ainda não haja formalização documental da parceria, a concordância verbal entre as duas entidades e o feedback positivo do governo permitem pensar nas próximas fases do projeto: a colaboração do Grupo Linz com entidades locais, grupos privados e outros centros de inovação paraguaios será também fundamental para criar uma rede de entidades comprometidas com o desenvolvimento económico e tecnológico da região. ■
