Brasil: “Manifesto da Lusofonia” será apresentado durante Festival Literário no Recife

Documento, apresentado por António Campos, conta com a proposta da realização da Bienal da Lusofonia, que poderá "reforçar a promoção global da língua portuguesa"

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António Campos, curador e coordenador-geral da Fliporto. Foto: Fundação Livraria Lello
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Mesmo antes de começar oficialmente, os responsáveis pela Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto), que celebra vinte anos de existência entre os dias 13 e 16 de novembro, no Parque Donda Lindu, em Recife, Brasil, têm apostado na estruturação do “Manifesto da Lusofonia”, onde propõem a criação da Bienal da Lusofonia, iniciativa itinerante destinada a unir escritores, artistas, investigadores e instituições dos países e regiões de língua portuguesa em torno da defesa e promoção da cultura lusófona.

O manifesto, assinado por António Campos, curador e coordenador-geral da Fliporto, sugere “um novo pacto de valorização e difusão da língua portuguesa” e convida a comunidade cultural, académica e institucional do espaço lusófono a uma ação conjunta em prol da preservação e do fortalecimento do idioma comum.

“A língua portuguesa é uma herança viva, feita de múltiplas vozes e geografias. É língua de poesia e de ciência, de mar e de cidade, de memória e de futuro”, afirmou António Campos, ao destacar o papel da Fliporto como “ponte entre continentes e culturas que partilham o mesmo idioma”.

O documento defende a necessidade de reforçar redes de intercâmbio literário e académico entre os países lusófonos, incentivar políticas de tradução e circulação de autores, e promover o ensino e a valorização da língua portuguesa como instrumento de pensamento crítico, criação artística e inovação. Também propõe a construção de um calendário permanente de eventos culturais lusófonos em articulação com universidades, academias e entidades culturais.

Como expressão prática deste compromisso, a proposta da Bienal da Lusofonia prevê a realização de um evento bienal com sede alternada entre os países de língua portuguesa. O objetivo é criar um espaço de encontro e convergência, onde literaturas, artes e saberes possam dialogar em igualdade, promovendo diversidade, inclusão e reconhecimento mútuo.

Segundo António Campos, “a Bienal será um território de diálogo e partilha, onde a lusofonia se afirme não apenas como herança histórica, mas como projeto de futuro global”.

“Com este manifesto, a Fliporto reafirma o seu papel de liderança na promoção da língua portuguesa e na consolidação de uma rede cultural que une mais de 260 milhões de falantes nos cinco continentes. O evento marca, assim, um novo capítulo na trajetória da festa literária, nascida em Pernambuco, uma das origens simbólicas da travessia atlântica da língua portuguesa”, finalizou Antônio Campos.

Em outubro, a Fliporto iniciou a sua presença internacional ao realizar uma edição especial em Portugal, em parceria com a Fundação Livraria Lello, celebrando simbolicamente os laços históricos e culturais entre as duas margens do Atlântico. Essa etapa marcou o início de um ciclo de cooperação luso-brasileira que antecede a proposta da Bienal da Lusofonia, consolidando a Fliporto como plataforma de diálogo permanente entre autores, leitores e instituições dos países que partilham a língua portuguesa. ■

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