“A Casa está em franca retomada”, revelou Leonardo Soares, presidente da Casa dos Açores do Rio de Janeiro

Comunidade envelhecida e atração de jovens são alguns dos desafios desta entidade no Brasil

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“Casa dos Açores do Rio de Janeiro é a guardiã da memória dos açorianos no Rio de Janeiro”
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“A Casa está em franca retomada tanto na manutenção como na saúde financeira para níveis de normalidade. Ainda não são os ideais, mas avançam para um patamar que dê mais tranquilidade”. É com esta afirmação que João Leonardo Soares, presidente da Casa dos Açores do Rio de Janeiro, Brasil, avalia o momento atual da entidade.

“Desde o fim da pandemia reduzimos o número de eventos. Era nosso desejo que a retomada fosse lenta e gradual e, acima de tudo, assertiva. Temos uma comunidade envelhecida e é necessário envolver os jovens de uma forma que possam ser atraídos a participar. Analisar e trabalhar bem os eventos realizados e focar na qualidade ao invés da quantidade. Cada Casa tem a sua realidade social e financeira e isso deve ser respeitado”, mencionou este responsável, que sublinhou que o calendário para 2024 ainda está a ser fechado pela Diretoria Social da entidade, mas, continua Leonardo, “é quase certo que os eventos mensais voltem à programação”.

“Temos apostado também em eventos culturais e de folclore, sempre com entrada franca. Estes eventos dinamizam e abrem as portas da Casa para um maior conhecimento do que é a nossa cultura e de informações turísticas sobre os Açores”, frisou Leonardo, que ocupa a presidência da Casa dos Açores do Rio de Janeiro há mais de cinco anos.

Sobre as ações culturais e folclóricas da Casa, Leonardo reforça o papel dessas ações na manutenção da cultura açoriana no Brasil.

“Desde a sua fundação, a Casa preocupou-se em dar aos seus associados opções culturais. Foram fundados o Grupo Folclórico, a Tuna, grupo de teatro e grupo coral. Eram promovidas sessões culturais e de cinema. E havia projetos que não foram a frente, como a banda filarmónica. Atualmente, o Grupo Folclórico existe e, além das suas atuações, temos as tertúlias, com temas breves e apresentações de livros e vídeos, e o já citado Encontro Cultural Açoriano, sempre com um tema específico abordando diversos assuntos da temática açoriana e que já teve importantes palestrantes ao longo dos anos”, explicou o presidente da Casa dos Açores na cidade maravilhosa.

Os destaques da agenda anual desta Casa são “as tradicionais festas em louvor ao Divino Espírito Santo, que acabam se tornando um ponto de encontro para várias gerações, a festa de aniversário da Casa dos Açores, o Encontro Cultural Açoriano e o Festival Internacional de Folclore”.

“A Casa dos Açores do Rio de Janeiro é a guardiã da memória dos açorianos no Rio de Janeiro. Para isso, além de preservar a memória, é preciso estar em constante movimento. Uma Casa conectada com os novos meios de comunicação, marketing e próxima das novas gerações, sem esquecer o que nos trouxe até aqui. Investimos dando suporte ao Grupo Folclórico Padre Tomáz Borba e trabalhando para desenvolver e aperfeiçoar a catalogação da nossa história e da organização do Centro Cultural Açoriano, que tem um acervo riquíssimo de livros, medias, áudios e fotos”, revelou Leonardo Soares, que não escondeu que, hoje, “vê o associativismo com muito ceticismo e não creio que haja alterações ou aumento dos associados”.

Este presidente diz esperar que as futuras direções “tenham a capacidade de se adaptar e realizar gestões profissionais, visando sempre ao bem da Casa e transmitindo a chama da açorianidade para as futuras gerações”.

Aos 43 anos de idade, João Leonardo Soares, que é natural da cidade do Rio de Janeiro e tem raízes familiares na ilha Terceira, onde nasceram os seus pais, guarda no peito o desejo de fazer ainda mais pela Casa dos Açores no Rio, entidade que frequenta desde muito jovem.

“É preciso recuperar e investir em algumas estruturas físicas da sede que precisam de manutenção, realizar pequenas obras de requalificação, avançar com as digitalizações do Centro Cultural, investir nas redes sociais para divulgação a Casa e o que ela pode proporcionar seja a nível comercial, cultural, social, desportivo, gastronómico e de eventos”, finalizou Leonardo Soares.

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