Artista português, Telmo Guerra instala obra no Qatar no âmbito do Grande Prémio de Fórmula 1

Lusail International Circuit recebe trabalho inspirado na identidade e visão do Qatar; Peça de grandes dimensões está localizada na Control Tower e resulta de um convite institucional do circuito

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Foto: Telmo Guerra, residente em Valangin, localizado no Cantão de Neuchâtel, Suíça/divulgação
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O Lusail International Circuit, um dos principais palcos do desporto motorizado internacional, passou a integrar uma nova obra artística concebida pelo artista português Telmo Guerra, instalada na Control Tower do circuito, no Qatar. A peça foi desenvolvida especificamente para este espaço e procura “estabelecer uma ligação entre património cultural, modernidade e a projeção futura do país”.

O projeto, assinado por Telmo Guerra, residente em Valangin, localizado no Cantão de Neuchâtel, Suíça, surgiu na sequência de um convite do presidente do Lusail International Circuit, Abdulrahman bin Abdullatif Al Mannai, após o contacto com um trabalho anterior do artista realizado para a Federação Internacional de Motociclismo. A partir desse momento, Telmo Guerra foi convidado a visitar Lusail e a apresentar uma proposta artística pensada de forma integrada para o circuito, com uma abordagem ligada à sua identidade e função simbólica.

A obra assume-se como uma narrativa visual centrada no Lusail International Circuit enquanto espaço de movimento e progresso. A composição inclui referências à identidade do Qatar, como uma porta inspirada no Museu Nacional do Qatar, elementos associados à defesa e à formação do território, bem como símbolos ligados à herança marítima, ao deserto e à relação histórica com a terra. Estes elementos são apresentados em diálogo com referências ao desporto motorizado, representadas por karts, motociclos e automóveis, associados a diferentes etapas de crescimento, ambição e estratégia.

Com 12 metros de comprimento e três metros de altura, a peça foi concebida para “dialogar diretamente com a arquitetura da Control Tower, permitindo uma leitura contínua ao longo do espaço”. A obra foi produzida na Suíça e, posteriormente, transportada para o Qatar, tendo a instalação decorrido no final de novembro, num período que antecedeu o Grande Prémio de Fórmula 1 do Qatar de 2025.

A escolha da Control Tower como local de instalação reveste-se de significado institucional, sendo este o ponto central de observação, decisão e coordenação das provas. No centro da composição, o Lusail International Circuit é apresentado como elemento agregador entre passado e futuro, integrando figuras humanas que remetem para equilíbrio e modernidade, bem como o falcão, símbolo cultural associado à visão e identidade do país.

“A obra inclui ainda referências institucionais e arquitetónicas, como o emblema nacional, a bandeira, edifícios culturais e religiosos e o skyline contemporâneo de Lusail, refletindo a coexistência entre património e desenvolvimento urbano. Padrões geométricos percorrem a composição, reforçando a ligação à tradição visual islâmica e à ideia de continuidade cultural”, disse Telmo Guerra.

A instalação passa a integrar o património artístico do Lusail International Circuit, num contexto que cruza arte, desporto e projeção internacional, reforçando o papel do circuito como espaço de representação cultural além da competição motorizada.

Recorde-se que Telmo Guerra foi o primeiro português homenageado pelo Comité Olímpico Internacional (COI) com a medalha Pierre de Coubertin, numa iniciativa liderada por Thomas Bach, presidente da entidade, que teve lugar no dia 21 de junho na Maison Olympique, em Lausanne.

Telmo é também autor de outras obras de relevo, como uma peça para o Papa Francisco, pintura entregue no Vaticano pela Federação de Desportos de Inverno de Portugal; um trabalho alargado na sede da Federação Internacional de Voleibol na Suíça; bem como peças para a Casa António Guterres, no Fundão, e para as cidades de La Chaux-de-Fonds, Suíça e Covilhã.

Em 2022, a nossa reportagem acompanhou a iniciativa “Portugal Positivo”, voltada para a comunidade portuguesa, nas instalações do Collège de Pinchat, em Genebra, na Suíça, quando Telmo Guerra expôs uma das suas obras em homenagem ao escritor português José Saramago, cuja imagem estava “talhada” em duas portas de madeira, que, lado a lado, dão lugar a um painel composto por muita habilidade e o coração cheio de emoção por homenagear este grande nome da literatura portuguesa. 

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