Segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de estrangeiros e naturalizados a viverem no Brasil cresceu 70%, passando de 592 mil para 1 milhão de pessoas.
Pela primeira vez, os venezuelanos lideram o ranking de imigrantes no país. Em 2010, havia 2.869 venezuelanos a viverem no território brasileiro; em 2022, esse número saltou para 271.514 — um aumento de quase 94 vezes em relação a 2010.
A mesma pesquisa, pulicada recentemente, também registou uma redução no número de portugueses no Brasil: de 137.972, em 2010, para 104.345, em 2022 — uma queda de 24%.
Os dados são considerados históricos. Após um período de baixa desde 1960, o Brasil voltou a registar aumento na chegada de estrangeiros, impulsionado principalmente pela imigração venezuelana.
Para o especialista em Direito Internacional, o advogado Fábio Gioppo, “o Brasil sempre foi um país que acolheu imigrantes de braços abertos. Italianos, portugueses e tantas outras nacionalidades ajudaram a construir a nossa cultura, a nossa história e até o nosso jeito de ser. Não é exagero dizer que temos uma verdadeira Itália dentro do Brasil — e que cidades como Santos e Rio de Janeiro são, sem dúvida, algumas das mais portuguesas fora de Portugal, por exemplo”, afirmou.
Do Brasil para a Europa
O número de brasileiros a viverem no estrangeiro chegou a 4,5 milhões, segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil. A Europa está entre os destinos mais procurados: entre 2020 e 2023, o número de emigrantes brasileiros no continente cresceu de 1,3 milhão para 1,6 milhão.
Na Itália, segundo o Instituto de Estatística (Istat), 51.918 brasileiros vivem legalmente no país, representando cerca de 1% da população estrangeira residente. Na Espanha, conforme dados de 2022 do Instituto Nacional de Estatística (INE), há cerca de 91.045 brasileiros em situação legal. Em Portugal, segundo o MRE, vivem aproximadamente 513 mil brasileiros.
“Muitos brasileiros buscam no exterior uma melhor qualidade de vida, mas também desejam manter vivos seus laços culturais e familiares. Por isso, sempre comento que a cidadania não é apenas um direito, mas também uma forma de preservar a herança que nos conecta às nossas raízes”, concluiu Gioppo. ■
