A nova lei de estrangeiros, promulgada a 16 de outubro e em vigor desde o dia 23, alterou profundamente as possibilidades de regularização para milhares de imigrantes que vivem em Portugal. Com o cancelamento ou suspensão dos agendamentos para vistos de trabalho, muitos veem agora na educação a única via para obter residência legal no país.
“Na semana anterior à promulgação, entre os dias 7 e 14 de outubro, recebíamos em média 82 contactos diários de novos interessados. Na semana seguinte, entre os dias 15 e 22, essa média subiu para 146. Houve dias com mais de 300 pedidos de informação. No total, foi um crescimento de cerca de 77% em apenas oito dias”, explica Higor Cerqueira, o fundador do centro de formação Prepara Portugal, em Lisboa e no Porto, certificado pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho e com vários cursos nas áreas de Desenvolvimento Pessoal, Marketing e Publicidade, Gestão e Administração.
Cerqueira, também criador da plataforma Estude em Portugal, realça que o aumento das inscrições, que ultrapassou os 100% desde julho, reflete a urgência de quem procura continuar a viver no país de forma regular, investindo em qualificação profissional: “A nova lei apertou as possibilidades de regularização e isso criou um clima de urgência. Mas há também uma vontade muito grande de fazer as coisas de forma certa, de estudar e de contribuir para o país”, observa.
Entre as pessoas afetadas pelas novas regras estão os brasileiros Ana Carolina, de 29 anos, e Renan Silva, de 37 anos, que chegaram a Portugal no ano passado sem o título de residência e que, após se matricularem em cursos do Prepara Portugal, já obtiveram a documentação necessária e o título de residência.
“A solução que encontrei foi voltar a estudar. Quero aprender, quero crescer, mas também quero viver tranquila, sem medo de ser obrigada a sair do país”, conta Ana Carolina.
“Procurei um curso no Prepara Portugal, não só pelos documentos, mas também pela hipótese de construir um futuro melhor”, completa Renan Silva. ■





