
Relatório publicado em abril pela Agência Internacional de Energia (AIE) dá conta de que o consumo de energia elétrica pode dobrar nos “data centers” em todo o mundo até 2030, com uma projeção de 945 terawatts-hora (TWh), que representa “pouco menos de 3% do consumo global total de eletricidade”. Porém, caso haja o uso de Inteligência Artificial (IA) para otimizar o funcionamento, o consumo pode quadruplicar.
O relatório informa ainda que o “consumo de eletricidade em servidores acelerados, impulsionado principalmente pela adoção de IA, deverá crescer 30% ao ano no Caso Base, enquanto o crescimento do consumo de eletricidade em servidores convencionais é mais lento, 9% ao ano”.
Os servidores, referidos no relatório como aceleradores, “são responsáveis por quase metade do aumento líquido no consumo global de eletricidade em data centers, enquanto servidores convencionais respondem por apenas cerca de 20%. A demanda por outros equipamentos de TI e infraestrutura (refrigeração e outras infraestruturas) representa cerca de 10% e 20% do aumento líquido, respetivamente”.
“A demanda global por eletricidade proveniente de data centers deve mais que dobrar nos próximos cinco anos, consumindo tanta eletricidade até 2030 quanto todo o Japão consome hoje. Os efeitos serão particularmente fortes em alguns países. Por exemplo, nos Estados Unidos, os data centers estão a caminho de serem responsáveis por quase metade do crescimento da demanda por eletricidade; no Japão, mais da metade; e na Malásia, até um quinto”, destacou o economista especialista em energia e diretor-executivo da AIE, Fatih Birol.
Nesse mesmo relatório consta que a China e os Estados Unidos, “em termos de crescimento do consumo de eletricidade em data centers”, respondem “por quase 80% do crescimento global até 2030. O consumo aumenta em cerca de 240 TWh (aumento de 130%) nos Estados Unidos, em comparação com o nível de 2024. Na China, o aumento é de cerca de 175 TWh (aumento de 170%). Na Europa, o crescimento é de mais de 45 TWh (aumento de 70%). No Japão, o aumento é de cerca de 15 TWh (aumento de 80%)”.
“A IA é uma das maiores histórias no mundo da energia hoje — mas, até agora, os formuladores de políticas e os mercados não tinham as ferramentas para compreender completamente os impactos abrangentes”, observou Birol.
“Com a ascensão da IA, o setor energético está na vanguarda de uma das revoluções tecnológicas mais importantes do nosso tempo”, finalizou o especialista em energia. ■