Opinião: “22 de Abril — Dia da Comunidade Luso-Brasileira”, por José Manuel Diogo

“A nossa comunidade é herdeira de nomes como Camões e Machado de Assis, como Fernando Pessoa e Clarice Lispector, como Agostinho da Silva e Paulo Freire. É também feita dos novos rostos que hoje escrevem, falam, pensam e constroem em português”

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José Manuel Diogo, presidente Associação Portugal Brasil 200 Anos (Foto: Lu Schadek)
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Neste 22 de abril, data simbólica do primeiro contacto entre portugueses e as terras do atual Brasil, celebramos não apenas o gesto inaugural de uma viagem marítima, mas a persistência de um encontro — entre línguas, imaginários, culturas e projetos de mundo. A Comunidade Luso-Brasileira é hoje um dos ativos estratégicos mais preciosos da lusofonia global: ela representa a fusão de duas nações que, apesar das distâncias geográficas e dos ritmos históricos distintos, compartilham um mesmo horizonte de valores — liberdade, criatividade, dignidade humana e confiança no poder transformador da palavra.

Falar de Brasil e Portugal em 2025 é falar de Gente de lá e de cá, de dois países que se reconhecem no espelho das suas diferenças. Portugal, porta de entrada da Europa e referência histórica de estabilidade democrática, lidera hoje projetos de inovação cultural e sustentabilidade reconhecidos internacionalmente. O Brasil, maior país da diáspora lusófona, potência criativa e jovem, projeta a sua voz plural no mundo com força renovada, do cinema à ciência, da literatura à diplomacia.

Como presidente da Associação Portugal Brasil 200 anos e um homem de lá e de cá, afirmo com convicção: o mundo precisa da comunidade luso-brasileira. Precisa da sua capacidade de gerar entendimento em tempos de polarização. Precisa do seu exemplo de diversidade harmoniosa em tempos de exclusão. E precisa da sua inteligência criativa para enfrentar os desafios maiores da humanidade — a emergência climática, o desequilíbrio social, a desinformação em escala global.

A nossa comunidade é herdeira de nomes como Camões e Machado de Assis, como Fernando Pessoa e Clarice Lispector, como Agostinho da Silva e Paulo Freire. É também feita dos novos rostos que hoje escrevem, falam, pensam e constroem em português — nos centros de pesquisa, nos bairros populares, nas startups e nos parlamentos. Celebrar este 22 de abril é reafirmar que somos uma só voz em muitas vozes. E que é nesta pluralidade que habita a nossa força comum.

Que este dia nos inspire, não apenas à memória, mas sobretudo ao compromisso: de fazer da língua portuguesa uma plataforma de entendimento global, da cultura luso-brasileira uma força diplomática de paz, e da nossa comunidade uma referência ética e criativa no concerto das nações. ■

José Manuel Diogo

Presidente da Associação Portugal Brasil 200 anos

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