Venezuela: Embaixador português quer que clubes e lusovenezuelanos comuniquem em português

“Os números do crescimento do ensino português na Venezuela são encorajadores”, revelou o diplomata luso no país

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Centro Português de Caracas
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O embaixador de Portugal na Venezuela, João Pedro Fins do Lago, instou os clubes lusos locais, os portugueses e os lusodescendentes a usarem o português como língua de comunicação, sublinhando a crescente procura local pela aprendizagem da língua.

“Os números do crescimento do ensino português na Venezuela são encorajadores e não seriam possíveis sem o associativismo e sem a colaboração entre a embaixada e os centros e clubes portugueses”, disse o diplomata.

João Pedro Fins do Lago falava durante o ato central das celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que reuniu centenas de portugueses e assinalou também, na noite do dia 10 de junho, o 67.º aniversário do Centro Português de Caracas.

Para o diplomata, “o comboio da expansão do português na Venezuela já partiu e avança a grande velocidade, mas ainda está longe de chegar à estação de destino”.

Lembrando que, na geração anterior, dos avós, o português era falado em família, questionou o que falta fazer e é preciso para que continue a ser assim.

“À primeira vista, pareceria mais difícil colocar o dispendioso ensino do português nos clubes da comunidade e nas escolas da Venezuela, do que levar o próprio povo português que aqui vive a preservar, defender, escrever e falar a sua língua, transmitindo-a aos seus filhos e netos para que tenham um futuro melhor. O que falta fazer não será o mais difícil, mas poderá ser mais importante”, disse João Pedro Fins do Lago, que reconheceu que “é mais fácil falar espanhol num país como a Venezuela”, mas, alertou, “o facilitismo no domínio da língua (…) funciona contra nós”.

“A médio e longo prazo condena a língua ao esquecimento e, com isso, corremos o risco de não deixarmos aos nossos filhos e netos uma ferramenta de valor económico que lhes abre mercados de trabalho por todo o mundo (…) é contraditório enchermos o peito com orgulho de sermos portugueses e deixarmos de utilizar a nossa língua”, frisou, acrescentando que “não me indigno com quem tropeça no português. Isso tem cura e é sempre melhor falar portunhol do que não falar português de todo. Por isso mesmo, lanço daqui um apelo sentido e entusiasmado à comunidade portuguesa na Venezuela para que, com o mesmo orgulho com que defende Portugal e as suas tradições, defenda também a língua que nos une ao nosso passado e que queremos deixar como herança para o futuro”.

Segundo João Pedro Fins do Lago, “uma maneira de defender Portugal é apoiar e participar nas muitas atividades culturais”, sublinhando que decorrem no país iniciativas promovidas nomeadamente pelo movimento associativo, pelos empresários, pela embaixada, como um festival de gastronomia portuguesa, concertos “com as toadas inesquecíveis de Carlos Paredes e a lírica imortal de Luís de Camões”.

Durante a sua intervenção, o embaixador recordou que, em 1975, realizaram-se as primeiras eleições democráticas da história de Portugal, após quase meio século de ditadura, das quais saiu a Constituição da República.

Sublinhou a importância das comunidades portuguesas, entre as quais a da Venezuela, “que é motivo de grande orgulho para Portugal”, lembrando que esta tem contribuído desde sempre para o desenvolvimento socioeconómico da Venezuela, “apesar dos diferentes momentos e circunstâncias quantas vezes desafiadores”. ■

Agência Incomparáveis, com Lusa

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