Casa do Brasil em Portugal reuniu órgãos sociais para celebrar independência brasileira e recordar Cabral

Evento foi apadrinhado pelo embaixador do Brasil em Portugal, Simas Magalhães

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João Morgado, presidente da Casa do Brasil - Terras de Cabral
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A recém-criada Casa do Brasil – Terras de Cabral, com sede em Belmonte, Portugal, reuniu, na última segunda-feira, com os seus órgão sociais e outros participantes, num jantar convívio em virtude das comemorações pelo dia 7 de setembro, data que assinala a Independência do Brasil. O evento foi apadrinhado pelo embaixador do Brasil em Portugal, Simas Magalhães, que enviou uma mensagem em vídeo na qual exortou os compatriotas radicados na região a não perderem de vista “o que portugueses e brasileiros construíram juntos”.

O jantar dessa associação luso-brasileira teve lugar nas instalações da Pousada Convento de Belmonte e contou com a participação de brasileiros e portugueses, incluindo o historiador José Manuel Garcia, que apresentou o livro “Pedro Álvares Cabral – a primeira viagem aos quatro cantos do mundo”. Houve espaço ainda para intervenções via Internet, vindas do outro lado do Atlântico, como as do deputado estadual pelo estado de São Paulo, Óscar Castello Branco, do presidente da Câmara de Vereadores de Nova Friburgo, Alexandre Cruz, e do embaixador do Brasil no país, além de um momento musical com a atuação, desde São Paulo, do brasileiro Wallace Oliveira, que domina a arte de tocar guitarra portuguesa.

“Interação sociocultural entre Brasil e Portugal”

Para João Morgado, presidente da Casa do Brasil, o trabalho central dessa nova associação é promover a conexão entre brasileiros e portugueses, reforçar a interação sociocultural entre Brasil e Portugal e promover a região em torno de Belmonte, berço de Pedro Álvares Cabral, “homem que oficializou as terras do Brasil para o reino de Portugal”. Foi uma noite de festa para a comunidade brasileira, mas não só.

“Esta não é uma associação de brasileiros para brasileiros, a falar num circuito fechado”, declarou João Morgado, presidente da Casa do Brasil, que sublinhou que o sentido de união é um diferencial nessa associação.

“Os portugueses não são os ‘outros’. Pelo contrário, portugueses e brasileiros, somos ‘nós’ e isso faz a diferença. Falamos em conjunto e tentaremos enfrentar problemas juntos, e encontrar soluções juntos. Creio que este deve ser um pilar básico na Casa do Brasil”, defendeu Morgado, que justificou que a data da independência do Brasil não altera o espírito de ligação entre os dois países.

“Curioso como portugueses e brasileiros se encontram no dia 7 de setembro, que assinala o Dia da Independência do Brasil em relação a Portugal. Esta data poderia ser uma ferida aberta na história, um trauma entre dois povos, contudo, a singeleza deste nosso encontro vem demonstrar que a independência política não quebrou o elo dos dois povos que hoje estão mais unidos que nunca. Na verdade, não há documentação oficial nenhuma que tenha tratado o Brasil como uma colónia de Portugal. O Brasil nunca foi uma colónia. Era o mesmo Reino, o mesmo País, a mesma Nação. Entendo assim que a  Independência foi antes mais uma Emancipação – Um filho maior que seguiu o seu próprio caminho. Teremos tido as nossas desavenças, teremos mais no futuro, mas sempre nos reconheceremos como família”, enfatizou este responsável.

Colóquio recordou Cabral

Mais cedo nesse mesmo dia, fruto da organização da autarquia, Belmonte foi palco do Colóquio: “500 anos da morte de Pedro Álvares Cabral | 520 anos Descoberta do Brasil”, que decorreu no Auditório Museu Judaico e que reuniu historiadores e especialistas dedicados ao estudo sobre o navegador português. A programação do evento contou com lotação reduzida e com parte das apresentações via plataforma digital em virtude da necessidade de distanciamento social.

“Sendo Cabral uma figura cimeira sempre foi esquecido na nossa história. E este ano, que se cumprem 500 anos da sua morte, não se perceberam cerimónias oficiais para assinalar tal data”, referiu João Morgado que, na sua intervenção, destacou o desconhecido “lado humanista” de Cabral.

“Era um homem letrado, mais que um navegador era um embaixador, um representante do rei”, finalizou Morgado. ■

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